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EXCLUSIVO-Químico comercializado ilegalmente parou oleoduto na Rússia, mostram testes

18/12/2019 16h14

MOSCOU (Reuters) - A substância que interrompeu os serviços de um dos maiores oleodutos da Rússia em abril foi o tetracloreto de carbono, um químico letal que deveria ser rigidamente controlado por um acordo internacional, de acordo com resultados de três testes feitos em separado e não divulgados publicamente, vistos pela Reuters.

Um resumo dos resultados de um teste realizado por um laboratório químico estatal de Moscou para o Ministério de Energia da Rússia e para a Transneft, operadora do oleoduto, visto pela Reuters em maio e que não havia sido noticiado anteriormente, mostra que o contaminante possuía 85% de tetracloreto de carbono em sua composição.

A presença do tetracloreto de carbono sugere que a Rússia não impediu o comércio ilegal do produto químico, disseram cinco fontes da indústria petrolífera. O tetracloreto de carbono deveria ser estritamente regulamentado pela legislação russa, afirmaram essas fontes.

O Ministério de Energia da Rússia havia culpado um solvente comercializado legalmente, chamado dicloreto de etileno, pela paralisação do oleoduto de Druzhba. O solvente, composto orgânico de cloreto utilizado na limpeza de poços de petróleo, pode corroer equipamentos se chegar a uma refinaria, de acordo com especialistas do setor.

O Ministério da Energia russo e a Transneft não responderam aos pedidos da Reuters por comentários.

Dois outros testes realizados por duas empresas diferentes, uma refinaria da União Europeia e uma empresa internacional de comércio de petróleo - que disseram à Reuters que compraram involuntariamente petróleo contaminado do oleoduto - produziram resultados quase idênticos aos testes realizados pelo laboratório estatal de Moscou, disseram à Reuters duas fontes com conhecimento dos resultados.

(Por Repórteres Reuters)