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Clima ameno impulsiona criação de emprego nos EUA em janeiro; revisões mostram perda de força

07/02/2020 10h45

Por Lucia Mutikani

WASHINGTON (Reuters) - A criação de vagas de trabalho nos Estados Unidos acelerou em janeiro, com temperaturas amenas atípicas aumentando as contratações em setores sensíveis ao clima, indicando que a economia provavelmente continuará a crescer moderadamente apesar de uma queda nos investimentos empresariais.

No entanto, o relatório mensal de empregos do Departamento do Trabalho dos EUA mostrou que a economia criou 514 mil empregos a menos entre abril de 2018 e março de 2019 do que o inicialmente estimado. A maior revisão para baixo dos dados num período de 12 meses desde 2009 sugere que o crescimento do emprego poderá desacelerar significativamente este ano.

A economia dos EUA abriu 225 mil vagas de trabalho fora do setor agrícola no mês passado, com o emprego nos canteiros de obras aumentando à maior taxa em um ano em meio a temperaturas mais amenas do que o normal, mostrou a pesquisa do governo sobre estabelecimentos. Também houve fortes ganhos em contratações no setor de transporte e armazéns.

Economistas consultados pela Reuters previam que a criação de empregos seria de 160.000 mil vagas em janeiro. Os dados de novembro e dezembro foram revisados para mostrar 7 mil empregos a mais criados do que o relatado anteriormente.

No entanto, os ganhos no emprego devem desacelerar em fevereiro à medida que o coronavírus, que matou centenas na China e infectou milhares em todo o mundo, prejudica as cadeias de oferta, especialmente para empresas de tecnologia como a Apple .

As revisões anuais dos dados de emprego atrairão atenção em meio a preocupações de que a Agência de Estatísticas do Trabalho, do Departamento do Trabalho -- que compila os dados de emprego, -- possa não estar capturando completamente o impacto da guerra comercial do presidente Donald Trump contra a China, que contribuiu para a maior desaceleração do investimento empresarial desde 2009.

A revisão para baixo no nível de emprego sugere que o modelo de governo de nascimento e morte, usado para calcular o número líquido de empregos de novas empresas e fechamentos, é defeituoso. Economistas dizem que as folhas de pagamento tendem a ser exageradas quando a tendência de crescimento está enfraquecendo.

Eles dizem que as revisões para baixo podem impactar as avaliações do mercado de trabalho pelo mercado financeiro.

A desaceleração no crescimento do emprego é atribuída à escassez de trabalhadores e à menor demanda por mão-de-obra. Embora o crescimento do emprego tenha diminuído, o ritmo permanece bem acima dos 100 mil empregos por mês necessários para acompanhar o crescimento da população em idade ativa.