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China deveria considerar cortar taxas de depósito de referência, diz assessor do BC

10/02/2020 10h09

XANGAI/PEQUIM (Reuters) - O banco central da China deveria considerar a redução de sua taxa básica de depósitos para permitir que os bancos reduzam as taxas de empréstimos e ajudem as pequenas empresas a enfrentar as consequências econômicas do coronavírus em rápida expansão, disse um assessor do banco central.

As autoridades chinesas, que já adotaram algumas medidas para sustentar a economia desde o início do surto do vírus, devem lançar mais medidas de estímulo, incluindo mais gastos fiscais e cortes nas taxas de juros.

"As perdas causadas pela epidemia podem exceder a imaginação", disse Ma Jun em comentários feitos na sexta-feira e publicados nesta segunda-feira no China Wealth Management 50 Forum (CWM50), a conta oficial do WeChat de um instituto de pesquisa acadêmico.

"Deveríamos estabelecer um mecanismo de compartilhamento de perdas para as partes interessadas, a fim de evitar a concentração excessiva de perdas em pequenas e médias empresas que possam levar a um grave desemprego e instabilidade social", afirmou Ma.

Ma disse que o banco central poderia reduzir as taxas de depósito de referência para criar mais espaço para os bancos comerciais, a fim de reduzir as taxas de empréstimos para as empresas enfrentarem as difíceis condições.

Os bancos deveriam ajudar a aliviar o ônus da dívida das empresas de setores específicos atingidos pelas consequências do vírus e reduzir as taxas de empréstimos para elas, disse Ma.

Desde o início de 2018, o banco central chinês cortou repetidamente a taxa de compulsório para estimular os empréstimos bancários. A autarquia reduziu sua nova taxa básica de empréstimos - a taxa primária de empréstimo (LPR, na sigla em inglês) - em um total de 16 pontos-base desde agosto do ano passado, a 4,15%.

Ma disse que o governo também deve elevar sua taxa de déficit orçamentário e aumentar isenção de impostos e subsídios para pequenas empresas, enquanto grandes empresas estatais deveriam arcar com alguns custos, como aluguel, transporte, água, eletricidade e telecomunicações.

(Por Winni Zhou em Xangai e Zhang Lusha e Kevin Yao em Pequim)