Argentina vê 'profunda reestruturação da dívida' à frente e rejeita austeridade fiscal
Por Hugh Bronstein e Eliana Raszewski
BUENOS AIRES (Reuters) - A Argentina está disposta a pagar suas dívidas mas não tem dinheiro para fazê-lo, disse o ministro da Economia do país, Martín Guzmán, na quarta-feira, alertando para uma "profunda reestruturação da dívida" à frente.
Em discurso ao Congresso, Guzmán culpou as políticas de austeridade prescritas pelo Fundo Monetário Internacional pela crise de crédito.
Porém, num momento em que autoridades do FMI chegam a Buenos Aires para uma semana de negociações sobre a renovação de empréstimos e títulos, Guzmán disse que há "um entendimento mútuo crescente" sobre como lidar com o problema.
A Argentina diz que precisa reestruturar 100 bilhões de dólares em dívidas, incluindo 44 bilhões devidos ao fundo, seu maior credor único. O governo, que assumiu em dezembro, prometeu não continuar pagando o que chama de carga insustentável de dívida que herdou da administração anterior.
"Terá que haver uma profunda reestruturação da dívida e está claro que haverá frustração por parte dos detentores de títulos", disse Guzmán aos parlamentares argentinos. Ele prometeu rejeitar o tipo de políticas de austeridade fiscal que o FMI normalmente recomenda a países sem dinheiro em busca de empréstimos.
"Não há nada pior para um país em recessão do que a austeridade", disse Guzmán, acrescentando que o governo não tentará reduzir seu déficit fiscal primário neste ano. Um déficit mais baixo foi uma parte essencial do contrato de empréstimo do FMI com a Argentina em 2018.
Os detentores de títulos estão apreensivos com a reestruturação.
"A demanda por ativos locais permanece baixa em meio às discussões em andamento sobre a reestruturação da dívida", disse uma nota do JP Morgan na terça-feira, depois que o governo adiou o pagamento de principal de 1,47 bilhão de dólares de seu título AF20 até 30 de setembro. O pagamento estava agendado para esta quinta-feira.
As reuniões do FMI em Buenos Aires durarão até 19 de fevereiro. O governo espera não apenas fechar um acordo para adiar os pagamentos de empréstimos devidos ao fundo, mas também obter a aprovação do credor para seu plano de reestruturação de títulos.
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