Países emergentes sem BC autônomo tendem a ter inflação maior em ano eleitoral, diz Campos Neto
Por Gabriel Ponte
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, voltou a defender a correlação entre bancos centrais independentes e inflação mais baixa em seu segundo encontro do dia com parlamentares nesta terça-feira para tratar da agenda legislativa do BC.
Em reunião com a bancada federal do Democratas, na Câmara dos Deputados, Campos Neto destacou que, "quanto mais independente o banco central é, mais credibilidade você tem na política (monetária)" e afirmou que, em economias emergentes que não têm BC autônomo, a inflação tende a ser maior em ano eleitoral.
"Existem estudos que mostram, e é o caso de muitas das economias emergentes que não têm banco central independente, nos anos de eleição você geralmente tem inflação maior", afirmou. "Também é possível ver que, quanto mais polarizado o processo de eleição, maior ainda a inflação, maior ainda a incerteza."
Campos Neto também destacou que o Brasil é o único país do G20 cujo banco central não tem autonomia.
Mais cedo nesta terça-feira, o presidente do BC almoçou com a Frente Parlamentar da Agropecuária, quando afirmou que a autonomia de bancos centrais aumenta em 50% as chances de um país ter inflação baixa, sem prejuízo à atividade econômica.
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