Ibovespa tem correção e fecha em alta, mas volatilidade com pandemia persiste
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - A bolsa paulista fechou com o Ibovespa em alta nesta terça-fera, em sessão de recuperação técnica, com papéis de bancos entre os destaques positivos, mas especialistas dizem que a volatilidade deve seguir presente em razão de incertezas sobre o tamanho real do efeito da pandemia do coronavírus nas economias.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 4,85%, a 74.617,24 pontos. O volume financeiro da sessão somou 33,7 bilhões de reais.
A alta vem após o Ibovespa fechar em baixa de quase 14% na segunda-feira, ampliando as perdas em 2020 para cerca de 30%. Na mínima desta sessão, o índice chegou a 70.782,50 pontos. Na máxima, bateu em 77.254,59 pontos.
"O mercado precisa ter uma 'luz no fim do túnel' do coronavírus. Estabilizar a situação nos países mais afetados seria extremamente positivo para a sociedade e os mercados", avaliou o estrategista Don Kawa, da TAG Investimentos, em comentários no Twitter.
Para ele, a incerteza permanece. "Teremos ainda muita volatilidade. Contudo, já consigo afirmar que uma parte não desprezível do ajuste foi feita", ponderando, entretanto, que quedas adicionais são sempre possíveis.
Novas medidas de estímulos econômicos foram anunciadas no mundo entre a noite da véspera e a madrugada desta terça-feira, respaldando a recuperação em alguns mercados, mas o ambiente segue volátil em meio a dúvidas sobre a eficácia dessas ações. O foco está voltado para potenciais anúncios no campo fiscal.
Na visão do economista-chefe do banco Julius Baer, Janwillem Acket, os mercados financeiros no momento estão precificando uma recessão global, apesar de ações coordenadas de política monetária, dos esforços para lidar com a liquidez e as restrições de crédito. "A bola está no campo fiscal agora."
O anúncio do Federal Reserve de que relançará compras de dívida corporativa de curto prazo para apoiar os mercados de crédito ajudou na melhora dos ânimos nesta sessão.
No Brasil, a evolução do contágio do Covid-19 também continua sendo monitorada, principalmente seus reflexos na atividade econômica no país. Em São Paulo, que concentra a maioria dos casos, foi registrada a primeira morte pelo vírus nesta terça-feira
Após pacote de estímulos anunciado pelo governo na véspera, investidores estão na expectativa da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que começa nesta terça-feira e terá seu desfecho na quarta-feira, principalmente a possibilidade de um corte da Selic, atualmente em 4,25%.
DESTAQUES
- BRADESCO PN fechou em alta de 8,03% e ITAÚ UNIBANCO PN ganhou 5,88%, beneficiados pela melhora no sentimento dos investidores nesta sessão. BANCO DO BRASIL encerrou com elevação de 4,84%.
- VALE ON subiu 6,33%, respaldada pela alta dos preços do minério de ferro na China. A mineradora também decidiu desacelerar a operação da mina de Voisey's Bay, no Canadá, como precaução para proteger comunidades indígenas próximas diante da pandemia de coronavírus, o que impactará negativamente a produção de cobre.
- AZUL PN caiu 2,37% e GOL PN cedeu 3,23%, revertendo ganhos dos primeiros negócios, ainda impactadas pelos reflexos da pandemia de coronavírus, além da alta do dólar. Na véspera, ambas anunciaram fortes cortes de capacidade para os próximos meses por causa da queda na demanda. CVC ON recuou 4,33%.
- PETROBRAS PN subiu 0,69% e PETROBRAS ON caiu 0,38%, em sessão volátil, com os preços do petróleo Brent caindo 4,4%. Fontes afirmaram à Reuters que a trading Glencore afretou o navio-tanque de 3 milhões de barris chamado "Europa" para armazenar petróleo no mar por pelo menos seis meses.
- MARFRIG ON fechou com elevação de 4,22%. A companhia anunciou a nomeação de Miguel de Souza Gularte como diretor presidente da companhia, em substituição a José Eduardo de Oliveira Miron. Também aprovou recompra de ações.
- RUMO ON avançou 14,01%. Analistas do Santander Brasil consideraram positivos os dados de volumes da empresa em fevereiro, com alta de 20% ano a ano.
- CARREFOUR BRASIL ON valorizou-se 12,5%, entre as maiores altas, após aumento de compras em supermercados no último fim de semana em razão de preocupações com a evolução do coronavírus no Brasil. GPA ON subiu 9,03%.
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