Bolsas dos EUA têm pior queda semanal desde 2008, após restrições da Califórnia e NY
NOVA YORK (Reuters) - Wall Street encerrou a sua pior semana desde outubro de 2008, com os índices Dow Jones e S&P 500 caindo mais de 4% nesta sexta-feira, quando os Estados de Nova York e da Califórnia impuseram duras restrições para manter as pessoas em casa e tentar conter a propagação do coronavírus, o que alimentou preocupações com o impacto negativo para a economia.
O governador de Nova York, Andrew Cuomo, determinou nesta sexta-feira que trabalhadores não essenciais devem ficar em casa, seguindo os passos da Califórnia, que já havia feito o mesmo na noite de quinta-feira.
Os movimentos de dois dos Estados mais populosos dos EUA afetam cerca de 40 milhões de pessoas. Além disso, as autoridades federais nesta semana se movimentaram para fechar as fronteiras com o Canadá e o México, com mais de 12 mil casos de coronavírus tendo sido confirmados nos Estados Unidos até esta sexta-feira.
"Os mercados de ações ainda estão tentando entender o quão ruim a economia vai ficar, e acho que notícias de Estados inteiros sendo fechados provavelmente se qualificam como incrementalmente negativas", disse Willie Delwiche, estrategista de investimentos da Robert W. Baird, em Milwaukee.
No início da sessão, o mercado tentou brevemente manter os ganhos iniciados na quinta-feira, quando os formuladores de políticas globais abriram as torneiras para sustentar os mercados financeiros, que vêm de semanas de vendas pesadas. O índice S&P 500 cai mais de 31,9% desde seu fechamento recorde no dia 19 de fevereiro.
Investidores agora estão contando com mais estímulos nos próximos dias, enquanto o Senado dos EUA pondera um pacote de US$ 1 trilhão que incluiria ajuda financeira direta para os norte-americanos.
O Dow Jones recuou 4,55%, para 19.173,98 pontos, o S&P 500 cedeu 4,34%, para 2.304,92 pontos, e o Nasdaq perdeu 3,79%, para 6.879,52 pontos.
Todos os três principais índices registraram seus maiores declínios semanais desde outubro de 2008, embora o índice de volatilidade da Cboe —medidor de "medo" de Wall Street— tenha encerrado o dia em 66,04, o que alguns investidores consideraram um sinal de que as vendas podem diminuir.
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