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Senadores assinam manifesto em defesa do isolamento para diminuir avanço do coronavírus

30/03/2020 15h25

BRASÍLIA (Reuters) - Líderes de bancada do Senado assinaram um manifesto nesta segunda-feira em apoio ao isolamento social para diminuir o avanço do coronavírus, nos moldes do recomendado pela Orgranização Mundial de Saúde (OMS), a despeito da defesa pelo presidente Jair Bolsonaro da flexibilização das restrições à circulação de pessoas.

De iniciativa dos líderes, o documento argumenta que as experiências de outros países "deixa claro" que o isolamento das pessoas é a medida mais "eficaz" para minimizar os efeitos da nova doença. Lembra, ainda, que não há vacina ou tratamento médico formalmente comprovado para o vírus.

"Somente o isolamento social, mantidas as atividades essenciais, poderá promover o 'achatamento da curva' de contágio, possibilitando que a estrutura de saúde possa atender ao maior número possível de enfermos, salvando assim milhões de vida, conforme apontam os estudos sobre o tema", diz o manifesto, que defende o dever do Estado de apoiar os vulneráveis, empreendedores e segmentos sociais economicamente atingidos pela crise.

"Diante do exposto, o Senado Federal, através da maioria expressa de seus líderes, se manifesta de acordo com as recomendações da Organização Mundial de Saúde e apoia o isolamento social no Brasil, ao mesmo tempo em que pede ao povo que cumpra as medidas ficando em casa."

Em seu perfil no Twitter, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), comentou o manifesto. Alcolumbre se encontra isolado, em casa, por ter contraído o Covid-19.

"Nesta segunda, o Senado Federal divulgou manifesto em apoio ao isolamento social e à permanência das pessoas em casa durante a epidemia do Covid-19. O documento é assinado pelos líderes. Sei, por experiência própria, como é importante seguir as orientações da OMS", publicou o senador, que também postou a hashtag "#ficaemcasa".

Após pronunciamento em rede nacional de rádio e tv, na última semana, e de transitar pelas ruas de cidades do Distrito Federal e interagir com pessoas no fim de semana, Bolsonaro reafirmou nesta segunda-feira sua intenção de aliviar o isolamento social no país.

Ele disse que o atual cenário está destruindo empregos e pode levar ao caos social que permitirá a "aproveitadores chegarem ao poder e não mais sair".

Mais cedo, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli defendeu a necessidade de isolamento para evitar uma curva acentuada de novas contaminações, em debate ao vivo com o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz.

A oposição também se movimentou nesta segunda-feira e divulgou manifesto em que pede a renúncia do presidente da República para evitar o agravamento da crise do coronavírus. [nL1N2BN15I]

(Reportagem de Maria Carolina Marcello)