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NY ajuda e Ibovespa avança 3% com respaldo de Fed e petróleo; Cielo dispara

08/04/2020 17h56

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em alta de cerca de 3% nesta quarta-feira, na terceira sessão consecutiva no azul, embalado principalmente pela sinalização do banco central norte-americano de que não economizará recursos para atenuar os efeitos da crise econômica em razão da pandemia de Covid-19.

Notícias mais positivas no sentido de um aguardado acordo para o corte da produção do petróleo pelos principais produtores da commodity também animaram os mercados, com o contrato Brent fechando em alta de mais de 3% e o WTI disparando 6,2%, o que se refletiu na forte valorização das ações da Petrobras.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 2,97%, a 78.624 pontos. Na máxima da sessão, chegou a 79.058,13 pontos. O volume financeiro somou 22 bilhões de reais.

"O Fed deixou claro que vai ajudar", destacou o gestor Ricardo Campos, sócio na Reach Capital.

Autoridades do Federal Reserve, em duas reuniões de emergência no mês passado, mostraram-se crescentemente preocupadas com a rapidez com que a epidemia de coronavírus estava prejudicando a economia dos EUA e afetando os mercados, levando-os a adotar "ação contundente", mostrou a ata dos encontros.

A ata joga alguma luz sobre a velocidade com que o as autoridades do Fed foram pressionadas a dar uma resposta historicamente vigorosa aos danos que os esforços para conter a epidemia estavam causando à economia dos EUA.

"O Fomc deixou bem claro a importância da intervenção na economia para amenizar o forte peso dos efeitos do coronavírus na atividade econômica, assim como está preparado para implementar novos programas de estímulos caso julgue necessário", acrescentou o analista Rafael Ribeiro, da Clear.

Em Wall Street, o S&P 500 fechou em alta de 3,4%, também reagindo à decisão do senador norte-americano Bernie Sanders de suspender a campanha pela indicação presidencial democrata para as eleições deste ano.

A decisão deixa o ex-vice-presidente Joe Biden como provável adversário do presidente Donald Trump, republicano, em 3 de novembro, "dois candidatos razoavelmente aceitos pelo mercado", observou Campos, da Reach. De acordo com outro profissional do mercado, "é um estresse a menos".

DESTAQUES

- PETROBRAS PN subiu 5,61%, ajudada pela alta dos preços do petróleo, após notícias de que a Rússia deve aceitar um acordo para reduzir produção. A agência de notícias TASS disse que a Rússia está pronta para reduzir produção em 1,6 milhão de barris por dia (bpd), enquanto a Interfax reportou que o governo russo está preparado para participar do acordo da Opep+ em linha com sua parcela na produção total dos países envolvidos no pacto.

- ITAÚ UNIBANCO PN fechou em alta de 5,13%, apoiado na melhora do sentimento do mercado como um todo, com BRADESCO PN subindo 2,66%. O presidente-executivo do Bradesco afirmou que o guidance da instituição para 2020 não faz mais sentido e avaliou que os bancos brasileiros devem ter que estender novamente os pagamentos da dívida de varejo, considerando ser improvável que os consumidores e as pequenas empresas possam pagá-lo em dois meses.

- CIELO ON disparou 22,14%, na terceira sessão de alta após fechar na última sexta-feira no menor patamar desde fevereiro de 2011. No ano, contudo, as ações ainda acumulam declínio de cerca de 40%. Para analistas do UBS, Cielo provavelmente será a menos afetada no setor de meios de pagamentos pela crise do coronavírus, dada a sua exposição a grandes varejistas --embora provavelmente veja isso cair durante 2020. Em Nova York, PAGSEGURO subiu 8,4% e STONE avançou 7,78%.

- GOL PN avançou 9,5%, com empresas aéreas ensaiando nova sessão de recuperação, após uma série de medidas para aliviar os efeitos da pandemia. AZUL PN encerrou com elevação de 7,63%.

- BRASKEM PNA recuou 1,3%, entre as poucas quedas da sessão. A petroquímica disse que deve reduzir em pelo menos 10% sua projeção de investimento de 3 bilhões de reais para 2020, em meio ao impacto da pandemia de coronavírus, que convenceu a empresa a sacar uma linha de crédito de 1 bilhão de dólares como forma de reforçar suas finanças.

- VALE ON cedeu 0,62%, em sessão também marcada pela fraqueza de papéis de mineração e siderurgia nas bolsas na Europa.