Polícia do Rio investiga suspeitas de irregularidades na construção de hospitais de campanha
Por Rodrigo Viga Gaier
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A polícia do Rio de Janeiro vai investigar suspeitas de irregularidades na contratação de empresas para a construção de hospitais de campanha para atender pacientes com Covid-19 no Estado, informou o governo do Rio de Janeiro.
As suspeitas envolvem a contratação de alguns dos oito hospitais de campanha que estão sendo construídos para atender pacientes com a doença.
“Repudio qualquer ato ilícito que venha causar danos aos cofres públicos, principalmente neste momento difícil, em que a saúde das pessoas está em risco” , disse em nota o governador do Rio, Wilson WItzel (PSC), que está com a Covid-19 e se encontra de quarentena.
“Já determinei que investiguem esses contratos e, caso seja comprovada qualquer irregularidade, os responsáveis serão imediatamente punidos”, acrescentou.
Em entrevista à Reuters, o secretário de Saúde do Estado, Edmar Santos, que também está em casa se tratando de coronavírus, afirmou que a denúncia já virou caso de polícia e auditorias internas da pasta e dos órgãos de controle, como MP, Procuradoria do Estado e TCE, vão ajudar nas apurações dos fatos.
“O governador pediu que a polícia civil investigue todas as denúncias. Não posso prejulgar pessoas; vai ter auditoria e apurar e vamos tomar conduta para cada um dos casos", disse. "Vamos ver se é algo de dentro ou de fora... se tem algo a mais.”
Os hospitais de campanha do Estado foram idealizados para ampliar a oferta em 1.800 leitos para pacientes com Covid-19. Os mais adiantados são os do Leblon e do Maracanã , com a perspectiva de ficarem prontos na virada de abril para maio. Os demais, do grande Rio e da Baixada, estão planejados para o próximo mês e os do interior um pouco mais para frente.
O Estado já tem 341 mortes e mais de 4 mil casos confirmados da doença. Santos espera que se alguma irregularidade for confirmada, ela não comprometa a entrega dos hospitais temporários.
“Caso haja algum problema, a ninguém interessa o prejuízo da população, isso não faz sentido. Os órgãos vão ter que buscar uma transição que corrija o eventual problema administrativo sem comprometer o atendimento a população”, disse o secretário de Saúde.
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