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Mercado piora em mais de R$100 bi rombo primário previsto para 2020, a R$571 bi

A meta para o governo central neste ano é de um déficit de 124,1 bilhões de reais - Por Marcela Ayres
A meta para o governo central neste ano é de um déficit de 124,1 bilhões de reais Imagem: Por Marcela Ayres

De Marcela Ayres

Em Brasília

14/05/2020 10h39

Por Marcela Ayres

BRASÍLIA (Reuters) - Economistas preveem que o rombo primário do governo central (Tesouro, Banco Central e Previdência Social) será de 571,409 bilhões de reais este ano, piora de mais de 100 bilhões de reais frente ao patamar calculado apenas um mês antes, refletindo a rápida deterioração das expectativas para as contas públicas em meio à pandemia de coronavírus.

Os dados constam em relatório Prisma Fiscal do Ministério da Economia, divulgado nesta quinta-feira. O boletim considera dados coletados até o quinto dia útil deste mês.

No Prisma de abril, a expectativa era de déficit primário de 459,750 bilhões de reais para o governo central em 2020.

A estimativa mais recente do governo, por sua vez, era de um rombo de 566,6 bilhões de reais, equivalente a 7,79% do Produto Interno Bruto (PIB).

Mas o secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, afirmou na véspera que esse número será piorado na sexta-feira, quando o governo divulgará suas novas projeções fiscais.

A meta para o governo central neste ano é de um déficit de 124,1 bilhões de reais, mas o governo não precisará cumpri-la em função do estado de calamidade pública.

Para 2021, economistas também pioraram suas estimativas a um déficit de 169,402 bilhões de reais, frente a 139,486 bilhões de reais no mês anterior.

O governo fixou meta de déficit primário de 149,61 bilhões de reais para o ano que vem, mas pediu flexibilidade no projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para que ela seja mudada sempre que as receitas para o próximo ano forem recalculadas, já admitindo que o oitavo déficit anual consecutivo do país deve ser muito pior.

Diante do forte descompasso entre receitas e despesas, a expectativa dos economistas agora é de dívida bruta em 89,95% do PIB em 2020 (86,50% antes) e 88,60% do PIB em 2021 (85,20% antes).