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Equipe econômica vê gastos 'mais eficientes' como fundamental para retomada

Secretário de Política Econômica também vê reformas e privatizações como essenciais - Jefferson Rudy/Agência Senado
Secretário de Política Econômica também vê reformas e privatizações como essenciais Imagem: Jefferson Rudy/Agência Senado

Do UOL, em São Paulo

14/05/2020 09h44

A equipe econômica do governo de Jair Bolsonaro prevê que o Estado brasileiro terá que ser mais eficiente para conseguir se recuperar dos efeitos causados pela pandemia do coronavírus quanto a retomada se iniciar. Além disso, a pasta enxerga uma abertura da economia como fundamental, com mais privatizações e reformas.

"Infelizmente essa crise é muito pesada, o Brasil e o mundo como um todo vão sair mais pobres e mais endividados", afirmou hoje Adolfo Sachsida, secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, em entrevista à Globonews.

"Para retomarmos rapidamente a trajetória de crescimento econômico, vamos precisar abrir a economia, retomar processos de privatizações. Temos que privatizar a Eletrobrás, temos que avançar na reforma tributária, toda aquela agenda pró mercado que vamos precisar", explicou Sachsida.

O secretário também detalhou em quais pontos o governo brasileiro pode conseguir economizar mais, e isso inclui os programas de assistência social, que atendem as camadas sociais mais afetadas pela pandemia.

"Eu ressalto aqui alguns itens que são fundamentais: vamos precisar de uma política de emprego mais eficiente, de uma política de recuperação judicial mais eficiente, de programas de assistência social mais eficientes. Por que mais eficiente? Porque nossa situação fiscal está difícil. Então temos que fazer mais com o mesmo", disse Sachsida.

"Não adianta achar que o governo pode gastar mais. O momento agora é de rever programas e parar de gastar onde não dá resultado e focar onde dá resultado", concluiu.

Perda semanal de R$ 20 bilhões

O secretário de Política Econômica também comentou sobre o dado divulgado ontem pelo Ministério, de que o Brasil tem uma perda semanal de R$ 20 bilhões com os efeitos do isolamento social na economia. Sachsida explicou que sua pasta não questiona as medidas de isolamento, mas que precisa fazer projeções sobre o futuro e levou esse dado em consideração.

"Quem decide sobre o isolamento social não é o Ministério da Economia", afirmou Sachsida. "Quando você olha as projeções de crescimento, elas estão variando muito. Para termos uma projeção mais detalhada o que nós fizemos foi verificar o custo semanal de cada semana do isolamento social, isso serve como uma estimativa de impacto no PIB".

A pasta estima que o Produto Interno Bruto terá uma diminuição de 4,7% neste ano.

Vidas x economia

Sachsida ainda fez questão de minimizar o embate sobre poupar vidas que seriam perdidas para o coronavírus com o isolamento social e, em outro cenário, privilegiar um impacto menor na economia e retomar atividades paralisadas pela quarentena em grande parte do país.

"Não é dilema para ninguém, foi uma infelicidade enorme que começou essa discussão no Brasil. Não existe dilema. Temos que entender que tudo é um pacote na vida, são escolhas conjuntas. Tenho certeza absoluta que todos os prefeitos, governadores, o presidente da República, todos querem salvar vidas", comentou o secretário.