Coronavírus pressiona vendas no varejo dos EUA novamente em abril
WASHINGTON (Reuters) - As vendas no varejo dos Estados Unidos sofreram um segundo mês consecutivo de queda recorde em abril à medida que a pandemia de novo coronavírus manteve os norte-americanos em casa, colocando a economia no caminho para sua maior contração desde a Grande Depressão no segundo trimestre.
O Departamento do Comércio informou nesta sexta-feira que as vendas no varejo caíram 16,4% no mês passado, o maior declínio desde que o governo iniciou a série em 1992. Os dados de março foram revisados para mostrar recuo de 8,3% em vez da queda de 8,7% informada anteriormente.
Economistas consultados pela Reuters esperavam queda de 12,0% das vendas varejistas em abril.
Excluindo automóveis, gasolina, materiais de construção e serviços de alimentação, as vendas no varejo tombaram 15,3% no mês passado, após um salto surpresa de 3,1% em março. O chamado núcleo das vendas no varejo corresponde mais estreitamente ao componente de gastos do consumidor do relatório do Produto Interno Bruto.
O colapso das vendas no varejo influenciou na perda histórica de 20,5 milhões de empregos no mês passado, realçando a profunda crise econômica que, segundo analistas, pode levar anos para se recuperar. O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, alertou na quarta-feira sobre um "período prolongado" de crescimento fraco e renda estagnada.
"Sabemos que abril foi um desastre. A questão é: à medida que as quarentenas forem flexibilizadas em maio e junho, quais segmentos de vendas no varejo serão retomados e quais não retornarão", disse Sung Won Sohn, professor de economia da Universidade Loyola Marymount. "Todas as indicações são de que a recuperação será mais lenta e gradual, se tivermos uma."
Empresas em todo o país estão reabrindo à medida que Estados e governos locais diminuem as restrições de deslocamento, que foram impostas em meados de março para retardar a disseminação do Covid-19, a doença respiratória causada pelo vírus.
Mas os estabelecimentos estão operando bem abaixo da capacidade e há temores de que uma segunda onda de infecções por Covid-19 possa manter os consumidores afastados dos shoppings.
Os gastos do consumidor, que representam mais de dois terços da atividade econômica dos EUA, caíram a uma taxa anualizada de 7,6% no primeiro trimestre, recuo mais acentuado desde o segundo trimestre de 1980. A economia recuou a uma taxa de 4,8% no período de janeiro a março. A produção deve contrair até 40% no segundo trimestre, ritmo mais intenso desde a década de 1930.
(Reportagem de Lucia Mutikani)
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