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Modelo para socorro a elétricas está próximo de ser definido, diz BNDES

Elétricas têm alegado que precisariam de R$ 15 bilhões a R$ 17 bilhões para enfrentar turbulências causadas pela pandemia - Bernard Martinez/Folhapress
Elétricas têm alegado que precisariam de R$ 15 bilhões a R$ 17 bilhões para enfrentar turbulências causadas pela pandemia Imagem: Bernard Martinez/Folhapress

Da Reuters, no Rio de Janeiro

15/05/2020 13h43

O modelo de uma operação em preparação no governo para apoiar distribuidoras de energia por meio de empréstimos está em vias de ser finalizado e as condições serão divulgadas no "curtíssimo prazo", disse nesta sexta feira um diretor do BNDES que participa das negociações.

As elétricas têm alegado que precisariam de 15 bilhões a 17 bilhões de reais para enfrentar turbulências causadas pela pandemia de coronavírus sobre o mercado, que incluem forte queda no consumo de energia e aumento da inadimplência.

O governo, no entanto, tem trabalhado com projeção de um financiamento de até 12 bilhões de reais, disseram fontes à Reuters na véspera.

"O que podemos adiantar é que as negociações com o poder público avançaram bastante nas últimas semanas, inclusive com participação das distribuidoras de energia... esperamos chegar a uma conclusão em relação ao apoio setorial no curtíssimo prazo", disse o diretor de Privatizações do BNDES, Leonardo Cabral, em coletiva de imprensa virtual.

Ele acrescentou que a definição das condições da operação deve envolver um decreto do Poder Executivo e uma resolução da Aneel.

As medidas podem ser divulgadas ainda durante o final de semana, segundo uma fonte do setor bancário, que pediu para ficar no anonimato.

Em meio às conversas com elétricas, o governo tem também mantido negociações sobre os financiamentos ao setor com bancos, incluindo os estatais BNDES, Banco do Brasil e Caixa, além de privados como Itaú e Bradesco, mas ainda não informou o valor previsto para as operações.

O empréstimo para as empresas de distribuição de energia será realizado por meio da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), para evitar impactos sobre o balanço das empresas e seu nível de endividamento. A operação deve ter carência de um ano, com posterior amortização até 2025.

Parte dos custos do empréstimo deverá ser paga pelos consumidores por meio de encargo na tarifa de energia, conforme autorizado por uma medida provisória publicada em abril.