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Coronavírus desencadeia nova onda de demissões nos EUA

Dólar, moeda dos Estados Unidos - Getty Images via BBC
Dólar, moeda dos Estados Unidos Imagem: Getty Images via BBC

Lucia Mutikani

Washington

28/05/2020 10h19

O número de norte-americanos que solicitaram auxílio-desemprego se manteve acima de 2 milhões na semana passada pela décima semana consecutiva, em meio a cortes de empregos por governos estaduais e locais dos Estados Unidos cujos orçamentos foram dizimados na luta contra a pandemia da covid-19 e mais demissões no setor privado.

Os novos pedidos de auxílio-desemprego totalizaram 2,123 milhões em dado ajustado sazonalmente na semana encerrada em 23 de maio, ante 2,446 milhões na semana anterior, informou o Departamento do Trabalho hoje.

Economistas consultados pela Reuters previam que as reivindicações cairiam para 2,1 milhões na última semana, ante o número de 2,438 milhões relatado anteriormente.

O relatório semanal de pedidos de auxílio-desemprego, os dados mais oportunos sobre a saúde da economia, está sendo observado de perto para avaliar a rapidez com que a economia se recupera depois que as empresas fecharam em meados de março a fim de controlar a propagação da covid-19 e quase paralisar o país.

O número de reivindicações, mantidas em um nível surpreendentemente alto mesmo quando empresas não essenciais estão começando a reabrir, sugere que pode demorar um pouco para a economia se livrar da crise induzida pelo novo coronavírus, apesar dos sinais do mercado imobiliário e das fábricas de que a crise estava perto de sair do fundo do poço.

"Estou preocupado que estejamos vendo uma segunda rodada de demissões no setor privado, que, juntamente com um número crescente de cortes no setor público, está aumentando o número de pessoas desempregadas", disse Joel Naroff, economista-chefe da Naroff Economics.

"Se for esse o caso, dado o ritmo de reabertura, poderemos passar um longo período de extraordinário desemprego alto. E isso significa que a recuperação será mais lenta e levará muito mais tempo."

Em um relatório separado nesta quinta-feira, o Departamento do Comércio informou que o Produto Interno Bruto encolheu a uma taxa anualizada de 5,0% no primeiro trimestre, maior recuo desde a Grande Recessão de 2007/09, em vez de 4,8% estimado no mês passado.

A segunda onda de demissões pode aumentar, com a Boeing anunciando na quarta-feira que estava eliminando mais de 12 mil empregos nos EUA e também divulgando que planejava "vários milhares de demissões restantes" nos próximos meses.