Rejeição a Bolsonaro sobe para 43% e bate recorde, diz Datafolha
Por Pedro Fonseca
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A rejeição ao presidente Jair Bolsonaro subiu de 38% para 43% em maio na comparação com abril e atingiu patamar recorde, de acordo com pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira, que mostrou ainda uma consolidação do apoio ao presidente em 33%.
O levantamento foi realizado nos dias 25 e 26 de maio, portanto após a divulgação quase na íntegra de reunião ministerial no âmbito de inquérito que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) que apura suposta interferência política de Bolsonaro na Polícia Federal, segundo o jornal Folha de S.Paulo, que publicou os resultados da pesquisa.
Aqueles que consideram o presidente regular passaram de 26% em abril para 22%, indicando uma migração de pessoas que estavam nesse campo para uma avaliação negativa, uma vez que o percentual de ótimo/bom se manteve estável em 33% e aqueles que responderam não saber passarem de 3% para 2%.
A pesquisa ouviu 2.069 pessoas por telefone e tem margem e erro de 2 pontos percentuais, informou a Folha.
No início da gestão Bolsonaro, em abril do ano passado, pesquisa Datafolha mostrou uma divisão em três partes dentro da margem de erro a respeito da avaliação de Bolsonaro: 30% de ruim/péssimo, 32% de ótimo/bom e 33% de regular.
Os número de agora apontam para uma separação maior entre a avaliação positiva e a negativa, com uma diferença de 10 pontos --43% de ruim/péssimo ante 33% de ótimo/bom.
A maior polarização ocorre no momento em que o presidente trava uma disputa com o STF diante de inquérito contra fake news que investiga aliados e apoiadores de Bolsonaro, e também diante da guerra travada pelo presidente com governadores devido às medidas de combate ao novo coronavírus.
Bolsonaro também perdeu o apoio do ex-juiz Sergio Moro, que deixou o cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública no mês passado e acusou Bolsonaro de tentar interferir na PF.
Na comparação com outros presidentes da República em momentos similares do governo, Bolsonaro tem a aprovação mais baixa e a reprovação mais alta.
A ex-presidente Dilma Rousseff, que acabou sofrendo impeachment em seu segundo mandato, era aprovada por 64% nesse momento em seu primeiro mandato e reprovada por apenas 5%. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tinha 38% de aprovação e 17% de reprovação, segundo a Folha.
Segundo o Datafolha, passou de 49% para 52% o percentual daqueles que consideram que Bolsonaro não possui mais capacidade de governar, enquanto permaneceu estável em 45% a parcela que considera que ele ainda tem.
Depois da divulgação do vídeo da reunião ministerial de 22 de abril, em que Bolsonaro aparece várias vezes exaltado e falando muitos palavrões, o número daqueles que consideram que Bolsonaro "em nenhuma situação se comporta como um presidente da República deveria se comportar" subiu para 37%, em comparação com 28% no mês passado, enquanto 13% disseram que ele se comporta adequadamente em "todas as ocasiões", ante 14%.
Também cresceu o percentual dos que disseram nunca confiar nas declarações do presidente, passando de 38% em abril para 44% em maio, enquanto recuou de 37% para 32% o número daqueles que disseram confiar às vezes na fala de Bolsonaro. Manteve-se estável em 21% o percentual daqueles que disseram sempre confiar.
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