Powell diz que Fed continuará com combate contra a crise
Por Howard Schneider
WASHINGTON (Reuters) - O chair do Federal Reserve, Jerome Powell, reiterou nesta sexta-feira a promessa do banco central dos Estados Unidos de usar suas ferramentas para fortalecer a economia em meio à pandemia de coronavírus, mesmo quando a atenção dos investidores está voltada para a próxima fase de sua resposta.
"Essa é uma emergência de natureza que nunca vimos antes", disse Powell, graduado na Universidade de Princeton, a Alan Blinder, professor de economia da faculdade da Ivy Leaguee e ex-vice-chair do Fed em um evento por webcast. "Cruzamos muitas linhas vermelhas que não haviam sido cruzadas antes e estou muito confortável de que essa é a situação em que você faz isso."
Os detalhes dos programas do Fed para a era de coronavírus estão quase finalizados, e o banco central está "a poucos dias de fazer nossos primeiros empréstimos" no instrumento de empréstimos a pequenas empresas, conhecido como "Main Street", disse Powell nesta sexta-feira.
Agora, os investidores estão procurando pistas sobre quando o Fed poderá reiniciar a compra de títulos em larga escala e firmar promessas sobre quanto tempo isso pode continuar.
O Fed tem comprado títulos do governo e títulos atrelados a hipotecas para combater as consequências econômicas da pandemia, mas em quantidades relativamente modestas em comparação com o que pode ser necessário para controlar os juros de longo prazo nos próximos meses e impulsionar a recuperação com custos de empréstimos baratos.
Os investidores globais têm feito o trabalho do Fed até agora, reduzindo os rendimentos dos Treasuries a mínimas recordes -- os 'yields' da nota de dez anos estão abaixo de 1,0% desde o final de março. Mas entre uma possível recuperação econômica e os trilhões de dívidas extras que o Tesouro dos EUA está emitindo, a pressão pode aumentar para o outro lado, e os analistas de mercado estão pressionando por orientação.
"O processo de reabertura ... agora parece estar se movendo muito rápido, e provavelmente mais rápido do que o Fed previa", disse Krishna Guha, vice-presidente do Evercore ISI e ex-autoridade do Fed de Nova York, em análise na quinta-feira. Ele argumentou que o banco central não deve esperar para começar a estabelecer expectativas sobre seus planos de longo prazo, já que famílias e empresas podem já estar definindo os deles.
O Fed poderia melhor promover uma recuperação e apoiar os gastos governamentais necessários "com fortes compromissos para manter as condições monetárias flexíveis e evitar um aumento indesejado" nos juros de longo prazo, disse Guha.
A discussão está em andamento, de acordo com a ata da reunião de política monetária do Fed de 28 e 29 de abril. Mesmo assim, as autoridades não vêem pressa em se comprometer até que fique mais claro se a recuperação será rápida ou lenta, com que rapidez o desemprego recuará e como os juros se comportarão -- com 3 trilhões de dólares em emissão de títulos apenas no período de abril a junho para os programas de assistência contra a pandemia.
A pandemia "vai levar a um teste da noção ... de que a demanda por dívida do Tesouro dos EUA é infinita", disse a Blinder no mês passado. "Não chegamos nem perto de testar os limites ... Mas haverá muito mais a ser vendido".
(Reportagem de Howard Schneider)
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