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Após 3 meses de crise, governo inicia programa de crédito para pequenas empresas

16/06/2020 16h23

SÃO PAULO (Reuters) - Cerca de três meses depois do Brasil ter sido atingido duramente pelos efeitos da pandemia do coronavírus, o governo federal finalmente deu início ao programa de crédito emergencial para empresas de pequeno e médio portes.

O banco estatal Caixa anunciou nesta terça-feira as condições para programa, batizado de Pronampe, que terá juro de Selic + 1,25% ao ano e prazo de 36 meses. A linha vale para empresas médias com faturamento de até 4,8  milhões de reais, microempresas com receita de até 360 mil reais e para microempreendedores que movimentem até 81 mil reais, todos no critério anual.

A linha tem prazo de 36 meses, incluindo 8 meses iniciais da carência. O montante do empréstimo poderá ser o equivalente a 30% da receita bruta de 2019. Para empresas criadas há menos de um ano, o limite é de até 50% do capital ou 30% do faturamento médio mensal desde o início das atividades.

O anúncio ocorre em meio a críticas contra o governo pela demora em operacionalizar o socorro a pequenos empreendedores altamente dependentes de capital de giro e que viram o faturamento sumir da noite para o dia por causa das medidas de isolamento social adotadas em meados de março no país.

Com milhares de negócios de portas fechadas no Brasil devido à quarentena e com a oferta de crédito mais escasso do que de costume na rede bancária comercial, a expectativa de entidades de classe é de que milhares deles não consigam sobreviver.

Uma das expectativas no mercado era de que ao menos a distribuição da ajuda financeira chegasse de forma ágil às empresas após o anúncio do início do programa. No entanto, inicialmente a linha será repassada unicamente pela Caixa.

"Estamos discutindo parcerias com empresas de cartões e com outros bancos", disse o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, durante apresentação do programa pela internet.

Mas o executivo frisou que há pouco espaço para lucro nessa operação, dado o spread apertado da linha.

Segundo Guimarães, cerca de 117 mil tomadores já submeteram à Caixa pedidos para a linha.

(Por Aluísio Alves)