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Moody's reduz perspectiva do PIB do Brasil e alerta para riscos crescentes da covid-19

Agência espera que o PIB do Brasil encolha 6,2% neste ano, contra previsão anterior de queda de 5,2% - Getty Images/iStockphoto
Agência espera que o PIB do Brasil encolha 6,2% neste ano, contra previsão anterior de queda de 5,2% Imagem: Getty Images/iStockphoto

Jamie McGeever

Da Reuters, em Brasília

22/06/2020 20h09

A agência de classificação de risco Moody's reduziu hoje as perspectivas econômicas para o Brasil em 2020, alertando que a recuperação do país está vulnerável ao aprofundamento da incerteza em torno da sua capacidade de controlar a pandemia da covid-19.

A Moody's espera que o Produto Interno Bruto (PIB) da maior economia da América Latina encolha 6,2% neste ano, em comparação a previsão anterior de queda de 5,2%, colocando-a mais em linha com o consenso geral entre os economistas.

Em um relatório mais amplo, no qual reduziu a perspectiva econômica global, a Moody's disse que o Brasil está no topo da lista de países que lutam para diminuir as taxas de infecção em meio a testagens insuficientes para o Covid-19.

"Portanto, novas interrupções na atividade do consumidor e no funcionamento das empresas são uma possibilidade real e podem prejudicar permanentemente as perspectivas de crescimento das economias individuais do G-20", escreveu a Moody's, mencionando o Brasil em particular.

O Brasil é o segundo maior epicentro do coronavírus no mundo depois dos Estados Unidos, com mais de 1 milhão de casos confirmados e mais de 50 mil mortes relacionadas.

A Moody's revisou suas perspectivas de crescimento econômico para o Brasil em 2021 para 3,6%, ante 3,3%, mas disse que isso se dava mais em função de o quão baixo a economia irá recuar neste ano do que por uma forte recuperação.

Segundo Samar Maziad, analista líder do rating soberano do Brasil, o "caminho geral da recuperação econômica" permanece com "a atividade retomando no terceiro trimestre de 2020".

A Moody's tem uma perspectiva "estável" em seu rating de crédito soberano "Ba2", abaixo da classificação de grau de investimento, para o Brasil. A agência não mencionou a nota em seu relatório nesta segunda-feira.

No mês passado, Maziad disse que uma deterioração permanente da situação fiscal, em razão dos gastos emergenciais e de combate à crise, "seria o gatilho crítico para repensar as perspectivas".