Bolsonaro fala em onda enorme de desemprego e "põe no colo" de governadores
Jair Bolsonaro (sem partido) disse hoje, em conversa com apoiadores, que uma "onda enorme de desemprego" está a caminho e que a conta não pode cair em seu colo. O presidente não participou das manifestações que dividiram a Esplanada dos Ministérios nesta manhã, em Brasília. Por volta de meio-dia, o presidente saiu do Palácio da Alvorada e, sem máscara, conversou com apoiadores que estavam do lado de fora durante 20 minutos.
De acordo com o chefe do Executivo, o desemprego "compete aos governadores" por causa das medidas de isolamento social que foram tomadas como forma de evitar a disseminação do novo coronavírus. Ele voltou a repetir a decisão do STF, que determinou que governos estaduais e prefeituras tinham a competência para tratar sobre o tema.
"O STF decidiu que governo e prefeitos são responsáveis por essa política. Agora está vindo uma onda de desemprego enorme, não queiram botar no meu colo. Compete aos governadores a solução desses problemas que estão acontecendo quase que no Brasil todo", disse, em conversa, que teve transmissão em seu Facebook.
Mais cedo, em outra conversa com apoiadores, Bolsonaro citou o número de 8 milhões de desempregados com a crise. Ele não disse a fonte, mas dados isolados para abril da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PnadC), publicados pelo jornal Folha de S.Paulo, estimam em 8,6 milhões o número de pessoas que deixaram de trabalhar em empregos formais e informais, na comparação com igual período do ano passado. .
"Aí pessoal, segundo problema vem aí, desemprego. A previsão é de uns 8 milhões de desempregados, fora os informais que perderam tudo", disse.
Desde o início da pandemia, Bolsonaro tem se posicionado contra medidas de isolamento social implementadas por governadores e tem defendido uma política de combate à covid-19 que leve mais em conta aspectos econômicos.
As medidas de distanciamento social são apontadas por epidemiologistas e cientistas de todo o mundo como única forma eficaz de controlar a disseminação do novo coronavírus e, assim, evitar a sobrecarga dos sistemas de saúde.
No momento, governos de diferentes estados têm colocado em prática protocolos de flexibilização da quarentena.
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