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EUA batem recorde e criam 4,8 milhões de postos de trabalho em junho

Restaurante em Nova York, nos Estados Unidos - Noam Galai/Getty Images
Restaurante em Nova York, nos Estados Unidos Imagem: Noam Galai/Getty Images

Lucia Mutikani

02/07/2020 09h41

A economia dos Estados Unidos criou empregos em ritmo recorde em junho uma vez que mais restaurantes e bares retomaram suas operações, em mais uma evidência de que a recessão causada pela covid-19 provavelmente já passou, embora um aumento nos casos de coronavírus ameace a recuperação.

A criação de vagas de trabalho fora do setor agrícola dos EUA chegou a 4,8 milhões em junho, mostrou o relatório mensal do Departamento do Trabalho do país nesta quinta-feira. Esse foi o maior salto desde que o governo começou a manter registros, em 1939. Em maio foram criados 2,699 milhões de postos de trabalho.

Economistas consultados pela Reuters previam que 3 milhões de empregos seriam criados nos Estados Unidos em junho.

Os ganhos de emprego somam-se a uma série de dados, incluindo gastos do consumidor, que mostram forte recuperação da atividade. Mas a reabertura de empresas depois que foram fechadas em meados de março desencadeou uma onda de infecções por coronavírus em grandes partes do país, incluindo os populosos Estados da Califórnia, Flórida e Texas.

Vários Estados estão reduzindo ou interrompendo a reabertura desde o final de junho e mandaram alguns trabalhadores para casa. O impacto dessas decisões não apareceu nos dados de emprego, pois o governo pesquisou empresas no meio do mês.

O chair do Federal Reserve, Jerome Powell, reconheceu nesta semana a recuperação da atividade, dizendo que a economia "entrou em uma nova fase importante e (o fez) antes do esperado". Mas Powell alertou que a perspectiva "é extraordinariamente incerta" e dependerá de "nosso sucesso em conter o vírus".

A taxa de desemprego caiu para 11,1% no mês passado, ante 13,3% em maio. O emprego está aumentando amplamente pois as empresas recontratam os trabalhadores que foram demitidos quando negócios não essenciais, como restaurantes, bares, academias e consultórios odontológicos, entre outros, foram fechados para retardar a disseminação da Covid-19.

Economistas atribuíram a explosão de ganhos de postos de trabalho ao programa do governo que concede empréstimos às empresas que podem ser parcialmente perdoados se usados para pagar os salários dos funcionários. Esses fundos estão secando.

Em uma economia que já havia entrado em recessão em fevereiro, muitas empresas, incluindo algumas que não foram impactadas inicialmente pelas medidas de isolamento, estão enfrentando uma demanda fraca.

Economistas e observadores do setor dizem que isso, juntamente com o esgotamento dos empréstimos do programa do governo, desencadeou uma nova onda de demissões que mantém semanalmente novos pedidos de auxílio-desemprego extraordinariamente altos.

Em outro relatório divulgado nesta quinta-feira, o Departamento do Trabalho disse que os pedidos iniciais de auxílio-desemprego totalizaram 1,427 milhão em dado com ajuste sazonal na semana encerrada em 27 de junho, ante 1,482 milhão na semana anterior.