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Venda de carros 0 km sobe 31% em julho, mas cai 28% em 1 ano, diz federação

Emplacamentos somaram 174.498 unidades - Por Alberto Alerigi Jr.
Emplacamentos somaram 174.498 unidades Imagem: Por Alberto Alerigi Jr.

04/08/2020 12h08

Por Alberto Alerigi Jr.

SÃO PAULO (Reuters) - Os licenciamentos de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus no Brasil em julho subiram 31,4% em julho na comparação com junho, impulsionados por reabertura de concessionárias e mais dias de comercialização, afirmou a associação de distribuidores, Fenabrave.

Os emplacamentos somaram 174.498 unidades, uma queda de 28,4% na comparação com julho de 2019, disse a entidade nesta terça-feira.

A Fenabrave estimou queda de 36,4% nas vendas de veículos novos este ano, excluindo motocicletas e implementos rodoviários, para 1,77 milhão de unidades. A previsão marca uma reversão na expectativa anterior à epidemia de Covid-19, de que haveria crescimento do mercado de cerca de 10% este ano.

Em julho, o segmento de motocicletas, que costuma ser mais sensível a crises, registrou alta de 85,6% nos licenciamentos ante junho, emplacando 85.166 veículos, impulsionado ainda pelo crescimento na demanda do comércio eletrônico que tem ganhado impulso com o isolamento social. Em comparação com um ano antes, porém, o segmento mostra queda de 5,4%.

No segmento de caminhões, as vendas de julho mostraram alta de 8,7% sobre junho e uma surpreendente expansão na comparação anual de 5,8%. O segmento junto com implementos rodoviários foram os únicos a conseguir elevar os emplacamentos ante julho de 2019 e são os que apresentam ainda as menores quedas no acumulado do ano.

Segundo a Fenabrave, a demanda tem sido motivada por clientes interessados em modelos pesados e extra-pesados, para transporte de grãos e outros produtos, assim como modelos urbanos para trafegar pelas cidades durante a pandemia. Para o presidente da entidade, Alarico Assumpção Júnior, se as montadoras não tivessem parado a produção entre março e abril, as vendas de caminhões poderiam ter sido até maiores.

"Essa queda (nas vendas de caminhões no acumulado) se deve, na verdade, à redução na produção das montadoras que, se estivesse normalizada, poderia atender à demanda que temos tido. Hoje, já temos pedidos para outubro", disse o presidente da Fenabrave em comunicado à imprensa.

As vendas de caminhões de janeiro a julho somaram 47.148 unidades, baixa de 15,6% sobre o mesmo período de 2019, segundo os dados da Fenabrave.