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JetSMART mira expansão mais rápida na América Latina em meio à pandemia

12/08/2020 17h59

Por Marcelo Rochabrun

SÃO PAULO (Reuters) - A companhia aérea de baixo custo JetSMART está acelerando seus planos de expansão para o Peru e, potencialmente, para a Colômbia e o Brasil, disse seu presidente-executivo à Reuters, enquanto as companhias aéreas, em particular na América Latina, estejam reduzindo suas frotas e ambições.

A JetSMART, sediada no Chile, está na posição invejável de ter financiadores de capital privado com caixa robusto durante a pandemia, como a Indigo Partners, que também possui participações na Frontier Airlines, com sede em Denver, e na aérea húngara Wizz Air.

Na expansão para outros mercados domésticos da América do Sul, a JetSMART desafiará diretamente os líderes da região , Latam Airlines e Avianca Holdings, duas companhias que pediram recuperação judicial por causa da crise desencadeada pelo Covid-19.

O presidente-executivo da JetSMART, Estuardo Ortiz, disse que a pandemia deu à companhia aérea um incentivo para acelerar aspectos de sua expansão para implantar seus estreitos aviões Airbus em mercados com mais demanda.

"Já havíamos pensado em voar internamente no Peru, originalmente talvez em 2022, mas antecipamos esse plano", disse Ortiz. "Agora estamos trabalhando para começar a operar a JetSMART Peru no início de 2021, porque claramente precisamos levar os aviões para onde houver demanda."

A JetSMART, que tem uma frota de 17 jatos, planejava voar com 100 aviões até 2026, mas pode ter que adiar essa meta por cerca de dois anos, disse Ortiz.

A Avianca deixou o Peru em maio, deixando seus cobiçados slots Lima-Cuzco em disputa. Também demitiu quase 1.000 funcionários, incluindo pilotos.

Como a maioria dos executivos do setor, Ortiz acredita que os voos domésticos serão recuperados mais rapidamente do que as viagens internacionais. Na América Latina, isso significa voar internamente em mais países.

"Se a recuperação for muito lenta para as viagens internacionais, isso significa que temos que acelerar nossos planos para novas operações domésticas", disse Ortiz. "Há algum tempo observamos a Colômbia e o Brasil de perto."

A Reuters relatou em junho que a JetSMART havia apresentado ao governo brasileiro um plano para voos domésticos.

A Indigo Partners tem feito apostas otimistas, apesar da crise do coronavírus. Ela tentou sem sucesso comprar a Virgin Australia e manteve pedidos firmes com a Airbus para comprar mais de 400 aviões para suas companhias.

"No início do próximo ano, avaliaremos as tendências e decidiremos se entraremos em outro país", disse Ortiz.