MPF decide por continuidade de investigação eleitoral contra Flávio Bolsonaro
Por Rodrigo Viga Gaier
RIO DE JANEIRO (Reuters) - O Ministério Público Federal (MPF) rejeitou nesta segunda-feira o arquivamento da investigação sobre suposto crime eleitoral cometido pelo senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) por alegadas omissões em declarações de bens apresentadas em eleições passadas, e determinou a continuidade do inquérito pela Procuradoria Eleitoral do Rio de Janeiro, informou o MPF.
O Ministério Público Eleitoral do Rio havia sugerido o arquivamento das investigações, e o juiz titular do caso, Flávio Itabaiana, remetera a ação para o MPF decidir. Por unanimidade, o colegiado da Câmara Criminal do MPF decidiu “pela continuidade do inquérito que apura o cometimento de crimes eleitorais por parte do senador Flávio Bolsonaro”, informou a instituição.
Flávio Bolsonaro, filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro, é investigado por suposta falsidade ideológica e lavagem de dinheiro, por ter omitido bens nas declarações entregues à Justiça Eleitoral do Rio em 2014, 2016 e 2018.
Paralelamente, o senador é investigado por suspeita de ter praticado desvio de recursos em seu gabinete quando era deputado estadual do Rio, no caso que ficou conhecido como "rachadinha".
Além disso, o parlamentar também já foi ouvido no inquérito do MPF que apura denúncia de vazamento da operação Furna da Onça, em 2018, quando surgiram as primeiras informações relativas a movimentações financeiras atípicas em mais de 20 gabinetes da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
A defesa do senador disse que a decisão do MPF desta segunda-feira apenas levará o caso para outro promotor eleitoral, após o anterior ter se posicionado pelo arquivamento.
“Achamos que tudo já foi esclarecido, por isso dois procuradores e um delegado federal pediram o arquivamento”, disse à Reuters o advogado Rodrigo Roca.
“A decisão da 2ª Câmara de Coordenação e Revisão do MPF desta data apenas permitirá a continuação da investigação eleitoral. Não houve denúncia e nem o arquivamento dos autos", acrescentou.
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