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Ibovespa fecha em alta na expectativa de que Câmara mantenha veto a reajuste de servidores

No pior momento do pregão, Bolsa operou em 99.131,40 pontos - Tony Gentile/Reuters
No pior momento do pregão, Bolsa operou em 99.131,40 pontos Imagem: Tony Gentile/Reuters

Paula Arend Laier

Da Reuters, em São Paulo

20/08/2020 17h33

O Ibovespa fechou hoje em alta, após perder o patamar dos 100 mil pontos mais cedo, favorecido por expectativas de que a Câmara dos Deputados mantenha veto presidencial para reajuste de servidores.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,61%, a 101.467,87 pontos, após recuar 1,7%, para 99.131,40 pontos, no pior momento do pregão. O volume financeiro somou R$ 28,3 bilhões.

A bolsa paulista abriu a sessão pressionada por preocupações com a situação fiscal do país após o Senado derrubar veto presidencial ao projeto sobre reajuste salarial a categorias do serviço público durante a pandemia de covid-19.

No começo da tarde, porém, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu o veto e afirmou que trabalhará com deputados para mantê-lo em votação na Casa prevista para hoje.

De acordo com o analista Rafael Ribeiro, da Clear Corretora, a inesperada derrubada pelo Senado do veto do presidente Jair Bolsonaro sobre o reajuste dos servidores públicos pesou mais cedo em razão da grande preocupação do mercado quanto ao rumo do quadro fiscal do país.

A defesa do veto por Maia, segundo ele, garantiu uma virada da bolsa. Mas Ribeiro ponderou que "a inesperada derrota no Senado gera mais um alerta entre os investidores já que existem outras discussões na mesa como a continuação das reformas, orçamento do ano que vem e como ficará a situação do teto de gastos".

Em paralelo, Wall Street também estabilizou no território positivo, com o setor de tecnologia mais uma vez em destaque, enquanto permanecem preocupações sobre o ritmo de recuperação da economia norte-americana. O S&P 500 fechou em alta de 0,3% e o Nasdaq Composite renovou máxima.

Destaques

  • B3 ON subiu 4,65%, recuperando-se durante o pregão após recuar 2,8% no pior momento, um dia após a divulgação de dados operacionais de julho, que analistas consideraram sólidos para sustentar tendências positivas à frente.
  • VALE ON avançou 0,9%, também ajudando o Ibovespa a se afastar das mínimas da sessão, com o setor de siderurgia e mineração também mostrando ganhos em USIMINAS PNA e GERDAU PN. CSN ON caiu 0,54%.
  • MAGAZINE LUIZA ON caiu 2,62%, destaque na ponta negativa, em sessão de ajuste, após acumular até a véspera alta de 9,7% na semana, na esteira de resultado trimestral robusto. No setor, VIA VAREJO ON subiu 1,4% e B2W ON avançou 0,37%.
  • PETROBRAS PN perdeu 0,7%, na esteira da queda dos petróleo no exterior, onde o Brent caiu 1%. A petrolífera anunciou que vai aumentar os preços médios do diesel em 5%, ao maior nível desde fevereiro, e os da gasolina em 6%, a patamar não visto desde janeiro.
  • SABESP ON cedeu 2,39%, em meio a ruídos sobre o plano de reorganização societária da companhia de saneamento. Após o governador João Doria afirmar na véspera que tomou decisão para capitalizar a empresa, a Sabesp disse que não há decisão tomada.
  • ITAÚ UNIBANCO PN terminou estável e BRADESCO PN fechou em queda de 0,24%, longe das mínimas da sessão, o que ajudou na melhora do Ibovespa.
  • SUZANO valorizou-se 3,2%, favorecida pela alta do dólar em relação ao real. No setor, KLABIN UNIT subiu 1,59%. Além disso, analistas do Morgan Stanley elevaram a recomendação de Suzano para 'overweight' e de Klabin para 'equalweight'.
  • COGNA ON recuou 0,15% antes da divulgação do balanço do segundo trimestre, previsto para esta quinta-feira ainda.