Ações de bancos sobem com perspectiva de resultados melhores no 3º tri
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - As ações de bancos mostravam forte valorização na bolsa paulista nesta terça-feira, em meio a expectativas favoráveis para os resultados do terceiro trimestre, que começam na próxima semana, bem como percepções de que os preços estão atrativos.
Por volta de 15:20, Bradesco PN subia 4,6%, a 21,56 reais; Itaú Unibanco PN avançava 4,15%, a 24,33 reais; Banco do Brasil ON subia 3,9%, a 31,78 e Santander Brasil ganhava 2,7%, a 31,77 reais.
No mesmo horário, o Ibovespa avançava 1,95%.
Analistas do Goldman Sachs chamaram a atenção para a performance dos papéis de bancos na América Latina em alguns casos muito pior do que o índice de referência de ações MSCI LatAm, que acumula perda de mais de 30% no ano.
No caso da bolsa brasileira, enquanto o Ibovespa perde 13% no ano, Bradesco cai 33,7%, Itaú recua 31,85%, BB se desvaloriza 38% e Santander Brasil acumula declínio de 32%.
"Rumo aos resultados do terceiro trimestre, nós achamos que o 'momentum' dos lucros deve melhorar, com os níveis de provisões começando a recuar dos patamares elevados da primeira metade do ano", afirmou o Goldman Sachs em relatório.
"De fato, esperamos que a qualidade de crédito continue relativamente estável na maioria dos países, se não melhorar um pouco, com os bancos ainda se beneficiando de renegociações de crédito", acrescentam no documento enviado nesta terça-feira.
Entre os brasileiros, a equipe liderada por Tito Labarta cita que o Bradesco é o seu favorito no trimestre, uma vez que o resultado deve melhorar na base sequencial, e o valuation está relativamente atrativo, afirmou.
O Goldman Sachs elevou os preços-alvo de Bradesco em 8%, para 26 reais, e de Banco do Brasil, também em 8%, para 41 reais, reiterando recomendação de 'compra' para ambos.
Itaú Unibanco PN teve o preço-alvo mantido em 26 reis, com recomendação 'neutra'; e Santander Brasil permaneceu com recomendação de 'venda' e preço-alvo de 28 reais.
O Santander Brasil abre a safra dos resultados dos bancos listados no Ibovespa no próximo dia 27, seguido por Bradesco no dia 28, Itaú Unibanco no dia 3 de novembro, Banco do Brasil em 5 de novembro e BTG Pactual em 10 de novembro.
Após um primeiro semestre desafiador, o Credit Suisse também espera melhora nos resultados do bancos brasileiros no terceiro trimestre na base sequencial, principalmente por provisões menores e, em menor grau, melhoria nas receitas com tarifas.
"Deve confirmar que o pico de provisões ocorreu no primeiro semestre, com a qualidade geral dos ativos se apresentando em melhor forma do que o esperado e apontando para uma queda contínua das despesas de provisão ao longo de 2021."
A equipe capitaneada por Marcelo Telles também afirmou que os bancos devem fornecer mais informações sobre empréstimos reformulados neste trimestre , que também deve permitir uma melhor visibilidade dos lucros à frente.
"Pelas nossas conversas, do valor total dos empréstimos reformulados, 100% do volume já retornou ao cronograma normal de pagamentos no caso do Santander, ao passo que está próximo a 70% para o Bradesco e 50% para o Itaú Unibanco", acrescentaram.
Assim, os analistas do Credit Suisse ainda esperam que o crescimento da margem financeira (NII) permaneça sob pressão, de acordo com o relatório enviado no domingo.
Entre os fatores eles citam mudança do mix para produtos de menor rendimento - hipotecas e folha de pagamento no segmento de varejo e Pronampe nas pequenas e médias empresas; bem como desaceleração sequencial nos resultados de tesouraria.
No total, esperamos que o retorno sobre capital (ROE) agregado melhore 198 pontos básicos na comparação trimestral, para 14,2%, ante 12,2% do trimestre anterior.
(Por Paula Arend Laier)
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