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Perspectivas de novo pacote de auxílio nos EUA seguem incertas após Trump atacar democratas

22/10/2020 08h32

Por David Morgan e Susan Cornwell

WASHINGTON (Reuters) - As negociações sobre um novo projeto de lei de auxílio à crise do coronavírus nos Estados Unidos sofreram um revés na quarta-feira, quando o presidente Donald Trump acusou os democratas de não estarem dispostos a fazer um acordo aceitável, apesar de relatos de algum progresso no início do dia.

Trump, que tem pedido mais estímulo conforme segue atrás de seu rival democrata nas pesquisas eleitorais, criticou a presidente da Câmara dos Deputados, Nancy Pelosi, no Twitter após ela ter defendido uma proposta de cerca de 2 trilhões de dólares junto ao secretário do Tesouro, Steven Mnuchin.

Não estava claro se as negociações iriam continuar ou ficar em suspenso até depois das eleições presidenciais e parlamentares de 3 de novembro.

O tuíte de Trump veio em meio a grande oposição entre os republicanos do Senado a um projeto de estímulo abrangente ao coronavírus que ajudaria os americanos e as empresas afetadas pela pandemia. Alguns conservadores temem que gastos elevados adicionais do governo possam prejudicar suas perspectivas eleitorais em novembro, ao aumentar os déficits orçamentários em rápido crescimento.

Trump disse não acreditar que os democratas estarão "dispostos a fazer o que é certo por nossos grandes trabalhadores americanos nem para nossos maravilhosos Estados Unidos no estímulo".

A acusação de Trump veio logo depois que o vice-chefe de gabinete de Pelosi, Drew Hammill, disse no Twitter que Pelosi e Mnuchin haviam conversado por 48 minutos e sua conversa "nos deixa mais perto de sermos capazes de colocar a caneta no papel para redigir legislação".

Pelosi disse antes que uma provisão fundamental buscada pelos democratas, dinheiro para ajudar os governos estaduais e locais que lutam com a pandemia, ainda não foi resolvida.

Ao mesmo tempo, os republicanos no Congresso questionaram se Pelosi realmente queria chegar a um acordo antes da eleição ou preferia esperar até depois de 3 de novembro, quando os democratas podem ter condições de dar as cartas se ganharem a presidência e mais cadeiras no Congresso.

No início do dia, Pelosi disse à MSNBC que ela queria que o projeto fosse aprovado antes de 3 de novembro, embora seu colega republicano, o líder da maioria no Senado, Mitch McConnell, não tenha sido um defensor entusiasta.

"Quero que as pessoas saibam, a ajuda está a caminho", disse ela.