HSBC indica reformulação nos negócios, conforme taxas de juros baixas atingem lucros
Por Sumeet Chatterjee e Lawrence White
HONG KONG/LONDRES (Reuters) - O HSBC sinalizou nesta terça-feira que iniciará uma reformulação em seu modelo de negócios, buscando transformar sua principal fonte de receita de juros em negócios baseados em tarifas.
Reportando uma queda de 35% no lucro trimestral, o maior banco da Europa também acelerou os planos para reduzir seu tamanho, definiu metas mais amplas de cortes de custos e disse que retomará os pagamentos de dividendos mais conservadores quando possível.
A reformulação do modelo de negócios marca uma das maiores mudanças na estratégia do HSBC, que há muito se gaba de sua capacidade de gerar receita de juros dos mais de 1,5 trilhão de dólares em depósitos de clientes que possui.
Mas com as taxas de juros em todo o mundo agora em mínimas recordes e algumas até mesmo se tornando negativas, o banco está tendo dificuldades para cobrar mais dos tomadores de empréstimos do que paga aos depositantes e alertou que a receita líquida de juros deve permanecer pressionada.
Em uma mudança potencialmente sísmica para o setor bancário, o HSBC também afirmou que pode começar a cobrar por produtos como contas correntes, que clientes em alguns mercados como o Reino Unido esperam que sejam gratuitas.
"Teremos que considerar a cobrança por serviços bancários básicos em alguns mercados, porque um grande número de nossos clientes neste ambiente estará nos fazendo perder dinheiro", disse o vice-presidente financeiro Ewen Stevenson à Reuters.
As medidas de reestruturação ajudaram as ações do HSBC a operar em alta de mais de 6% nesta terça-feira, embora elas ainda tenham perdido quase metade de seu valor neste ano.
Ressaltando seus desafios, a receita do banco no terceiro trimestre caiu 11% em relação ao ano anterior, para 11,9 bilhões de dólares.
Sua queda de 35% no lucro antes de impostos, para 3,1 bilhões de dólares, superou a estimativa média de 2,07 bilhões de dólares, com o HSBC sinalizando uma redução nas provisões para empréstimos inadimplentes.
"Embora a perspectiva para prejuízos ainda permaneça bastante incerta ... o HSBC apresentou resultados sólidos no terceiro trimestre em termos gerais e a perspectiva otimista em termos de execução da estratégia é tranquilizadora", disse o analista John Cronin, da corretora Goodbody, de Dublin.
O HSBC agora espera que as perdas com empréstimos inadimplentes fiquem perto do piso da faixa de 8 bilhões a 13 bilhões de dólares estabelecida no início deste ano.
O banco também afirmou que planeja reduzir os custos anuais para menos de 31 bilhões de dólares até 2022, uma meta mais ambiciosa do que a estabelecida em fevereiro e bem abaixo das despesas operacionais de 42,3 bilhões registradas em 2019.
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