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Varejista Havan, do empresário Luciano Hang, desiste de IPO

Luciano Hang, empresário dono da Havan, entre funcionários em uma das suas lojas; em post divulgado em seu Twitter - Twitter/Reprodução
Luciano Hang, empresário dono da Havan, entre funcionários em uma das suas lojas; em post divulgado em seu Twitter Imagem: Twitter/Reprodução

Aluisio Alves

Da Reuters, em São Paulo

27/10/2020 16h27

A varejista Havan desistiu de sua oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), segundo dados divulgados hoje pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

O movimento é um revés para o empresário Luciano Hang, um notório apoiador do presidente Jair Bolsonaro. Com a oferta anunciada em agosto, Hang planejava vender uma fatia da icônica cadeia de lojas que têm na fachada réplicas da Estátua da Liberdade.

A operação serviria também para a Havan buscar recursos para financiar aberturas de centros de distribuição e de novas lojas, além de investimentos em tecnologia e reforço no capital de giro.

Nas últimas semanas, a mídia brasileira publicou que Hang estava tendo dificuldades para levar adiante a operação, porque investidores não aceitaram avaliar a companhia em cerca de R$ 100 bilhões, como pretendia o empresário.

A desistência da Havan sublinha a volatilidade do mercado de ofertas de ações no Brasil, que, mesmo batendo recordes em 2020 com a queda do juro básico à mínima recorde de 2% ao ano, também sente as incertezas quanto aos efeitos econômicos da Covid-19.

Só em outubro, oito empresas nacionais já desistiram dos planos de listagem na B3.

Recursos seriam para expansão de lojas

A varejista Havan havia pedido registro para oferta pública inicial de ações em agosto. De acordo com o documento disponibilizado no site do órgão regulador, a operação teria como coordenadores Itaú BBA, XP Investimentos, BTG Pactual, Morgan Stanley, Bank of America, Bradesco BBI, Banco Safra e Santander Brasil.

O acionista vendedor no IPO seria o controlador da companhia, Luciano Hang.

Na ocasião, a companhia disse que pretendia utilizar os recursos da oferta primária em investimentos para expansão de lojas e do centro de distribuição, para abertura de novas lojas e para suporte do crescimento orgânico, além de investimentos em tecnologia e reforço no capital de giro.