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Anac ainda trabalha em ajustes finais para retorno de Boeing 737 MAX no país

18/11/2020 11h48

Por Paula Arend Laier e Anthony Boadle

(Reuters) - A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) comunicou nesta quarta-feira que a liberação para retorno das operações das aeronaves modelo Boeing 737-800 MAX no Brasil ainda depende do término dos trabalhos realizados pela agência quanto ao processo de validação das modificações do projeto.

"O objetivo é demonstrar que o projeto com as modificações propostas é seguro e atende aos requisitos de aeronavegabilidade necessários", afirmou em comunicado.

A autoridade de aviação norte-americana, a Federal Aviation Administration (FAA), autorizou nesta quarta-feira a Boeing a retomar os voos de seu jato 737 MAX após dois acidentes fatais, bem como divulgou uma diretriz de aeronavegabilidade detalhando as mudanças necessárias.

Os acidentes do 737 MAX na Indonésia e na Etiópia mataram 346 pessoas em cinco meses em 2018 e 2019 e desencadearam uma tempestade de investigações, desgastaram a liderança dos EUA na aviação global e custaram à Boeing cerca de 20 bilhões de dólares.

A partir da diretriz da FAA, a Anac afirmou que procederá com os ajustes finais para conclusão do processo de validação para retorno do modelo Boeing 737- 800 MAX no Brasil.

"Após o término desse trabalho, o operador brasileiro da aeronave, que atualmente é a GOL Linhas Aéreas, deverá incorporar e demonstrar de forma satisfatória o cumprimento de todas as novas diretrizes, tanto em termos de projeto quanto de treinamento de pilotos", disse a agência.

A Anac acrescentou que a decisão da FAA foi resultado de um trabalho realizado em conjunto com a agência brasileira e outras autoridades de aviação civil no mundo, em especial a autoridade europeia European Aviation Safety Agency (EASA) e a canadense Transport Canada Civil Aviation (TCCA).

"Este esforço é exemplo de cooperação entre autoridades da aviação civil, apenas alguns países têm experiência para certificar um sistema tão complexo", afirmou o diretor-presidente substituto da Anac, Rafael Botelho.

"No entanto, a Anac trabalha com avaliações independentes para assegurar que todos os requisitos necessários serão atendidos no retorno seguro das operações dessas aeronaves no Brasil", acrescentou.