Algumas regiões parecem ter segunda onda de Covid-19, mas fenômeno não é geral, diz Guedes
Por Marcela Ayres
BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Economia, Paulo Guedes, avaliou nesta quinta-feira que algumas regiões do país parecem estar acusando uma segunda onda de Covid-19, mas que este não é um quadro generalizado.
"A economia brasileira voltou. A doença recuou e a economia brasileira voltou. É fato que está havendo um retorno, uma segunda onda, etc? Por enquanto, algumas regiões parecem estar acusando isso. Mas não é um fenômeno geral", afirmou.
Ao participar virtualmente do Congresso Brasileiro de Previdência Privada, ele disse que, se a segunda onda de fato ocorrer, ela será enfrentada pelo governo.
"É como se uma guerra em vez de durar um ano ela durasse dois, ela durasse três. Brasileiros são resilientes, sabem enfrentar. E nós enfrentaremos como enfrentamos antes. Nós sabemos enfrentar a crise", disse.
"Se doença vier estamos numa outra dimensão, sabemos como agir, mas não é nosso plano", pontuou ele, voltando a frisar que o plano A é prosseguir com a realização de reformas, com respeito ao teto e sem programas populistas.
As declarações ocorrem em meio ao aumento de casos e de mortes por coronavírus em algumas localidades do país, movimento que tem reacendido temores de uma nova e generalizada escalada da doença. Na Europa, a chegada da segunda onda tem feito governos se debruçarem sobre novas medidas de lockdown.
Mais cedo nesta semana, o secretário de Política Econômica, Adolfo Sachsida, havia dito que a probabilidade de uma segunda onda de coronavírus no Brasil era baixa, citando estudos internos.
Sachsida disse ainda que alguns Estados tinham chegado ou estavam próximos da imunidade de rebanho, em referência ao atingimento de um percentual mínimo de pessoas já infectadas pelo novo coronavírus que garantiria um certo efeito de proteção contra a circulação do vírus. O secretário citou o percentual de 20% para sua declaração, embora tenha reconhecido que parte da literatura considera a imunidade de rebanho com 60% a 70% da população infectada.
EMPREGO
O ministro da Economia reafirmou nesta quinta-feira que a economia está se recuperando em formato de V e disse que o país deve encerrar este ano com fechamento de 300 mil vagas formais de emprego, equivalente a um terço ou um quarto do que foi perdido em cada um dos anos de 2015 e 2016, que ele chamou de períodos de "recessões autoimpostas".
De janeiro até setembro, o Brasil fechou 558.597 vagas formais.
Guedes também apontou que o cenário de Selic mais baixa e um dólar mais elevado frente ao real têm ajudado o país em meio à crise.
"Estamos trabalhando agora com juros bem mais baixos e com câmbio bem mais alto e isso nos ajuda no processo de estimular exportações, nos ajuda na substituição de importações e proteção de mercados internos, do ponto de vista de mercado. Não tem ninguém fazendo nenhuma política artificial, de campeão nacional, de subsídio, nada disso", disse.
CENTRO-DIREITA
Sobre as eleições municipais, Guedes afirmou que elas não foram uma vitória enorme da esquerda, defendendo que os resultados mostraram que a aliança de centro-direita que alçou o presidente Jair Bolsonaro ao poder segue crescendo.
"Todos os partidos de centro-direita --DEM, PP, PSD, PTB-- tiveram aumento no número de prefeitos, aumentaram a abrangência das administrações sob sua influência. Isso significa que a mesma aliança de centro-direita que ganhou eleições em 2018 continua ampliando seu espectro", afirmou ele.
"Há muitas leituras equivocadas do que foi a eleição, como se houvesse uma vitória enorme da esquerda, como se a esquerda tivesse ganho alguma coisa. Não foi a leitura correta do que nós estamos vendo das eleições", completou o ministro.
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