Economias da Europa correm para abrir até o Natal - elas deveriam dar-se ao trabalho?
Por Mark John
LONDRES (Reuters) - Vale a pena salvar a economia do Natal? A menos que você esteja no varejo, a resposta é: possivelmente não.
Em toda a Europa, os governos impuseram lockdowns de novembro até o início de dezembro na esperança de abrir suas economias para as festividades sazonais.
Mas, embora os números mostrem que os setores de varejo e hotelaria tendem a receber um impulso líquido com o Natal, não está definido se isso realmente faz algum bem à economia em geral.
Este ano, a questão é ainda mais urgente por causa do risco de que uma reabertura prematura possa desencadear uma terceira onda de infecções por coronavírus com consequências terríveis para a saúde pública, o crescimento econômico e o emprego.
As compras, por exemplo.
Os cinco países que mais gastam no Natal na Europa são o Reino Unido (639 euros per capita), Espanha (554), Itália (549), Alemanha (488) e Portugal (387), revelou uma pesquisa da Deloitte no ano passado.
Esse tipo de gasto é uma oportunidade única e significativa para o setor de varejo: no Reino Unido, as vendas de dezembro estão geralmente em torno de 12% do total anual - quase o dobro do que a média mensal seria.
Mesmo que os gastos caiam em janeiro, à medida que os consumidores se retraem, economistas dizem que o efeito líquido é invariavelmente positivo.
Dito isso, a adoção em toda a Europa do dia da Black Friday no final de novembro tornou a corrida até o Natal menos crítica. E o crescimento das compras online torna menos necessária a abertura física de algumas lojas.
Assim, a associação varejista alemã HDE prevê que as vendas em novembro e dezembro deste ano aumentem 1,2% em relação a 2019, impulsionadas pelas vendas online, alimentos, móveis e equipamentos - mesmo que os varejistas físicos de roupas, perfumes e brinquedos sofram.
E um pensamento final: mesmo que os consumidores não façam compras antes do Natal, isso nem sempre significa que a economia sai perdendo.
"Os padrões de consumo também mudam -- não gastar com bebidas em uma festa de Natal se traduz na compra de móveis novos, etc.", observou Paul Donovan, economista-chefe do UBS Global Wealth Management, em seu blog de áudio semanal.
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