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Rio amplia oferta de leitos para Covid-19 e vai reativar hospital de campanha

24/11/2020 20h07

RIO DE JANEIRO (Reuters) - O Estado do Rio de Janeiro vai abrir cerca de 400 leitos adicionais para pacientes com Covid-19 e reativar um hospital de campanha para enfrentar o aumento de casos e internações, segundo o governador em exercício Cláudio de Castro (PSC).

Ele anunciou ainda, antes de reuniões com prefeitos para pedir esforço e empenho no combate ao avanço da doença no Estado, que o Rio de Janeiro fará testes em massa e exames de imagem em grande larga escala para evitar uma pressão sobre a rede de saúde.

O hospital de campanha de Nova Iguaçu deve ser reativado para ampliar a oferta de leitos. Agora chamado de hospital modular, as unidades de campanha foram alvos de denúncias de desvios e irregularidades que contribuíram para o afastamento do governador Wilson Witzel (PSC).

Os hospitais públicos e privados do Rio de Janeiro tem operado com taxas de ocupação acima de 90%.

“Os números atingiram realmente uma situação preocupante”, disse Castro, sobre o crescimento no número de casos e menor oferta de leitos.

“Faremos testagem em massa e diagnóstico precoce nas pessoas com exame PCR e imagem. Ao atender precocemente vamos diminuir internação, ocupação de leitos. Com diagnóstico precoce, a pessoa já vai pra casa medicada“, disse ele sem explicar que tipo de medicamento será ministrado.

Castro não acredita que o Rio esteja vivendo uma segunda onda da Covid-19 e atribuiu as eleições municipais, com atos e campanhas, como possíveis causas para o aumento de casos da doença.

No último fim de semana, vários eventos lotaram na cidade e na Baixada Fluminense, e, na segunda-feira, uma tradicional roda de samba no local conhecido como Pedra do Sal, reuniu centenas de pessoas sem máscara e aglomeradas. O governador prometeu maior fiscalização.

Na véspera, Ministério da Saúde e secretarias estadual e municipal de Saúde anunciaram a abertura de mais 214 leitos para Covid e a suspensão de cirurgias eletivas.

Mesmo com avanço da doença e superlotação de leitos de UTI, o Estado não cogita por enquanto recuar nas medidas de flexibilização.

“Não fecharemos nada nesse momento”, acrescentou ele ao se referir a um período de 15 dias. “Não podemos ser irresponsáveis e colocar o Rio numa segunda onda; tivemos uma grande flexibilização e tivemos eleições que podem ter sido preponderantes para esse momento que vivemos aqui.”

O governador finalizou dizendo que já começou a planejar o esquema de vacinação contra a Covid em 2021. Estão sendo preparadas compras de seringas, agulhas, EPIs e mobilização de equipes para o imunização. Estacionamentos de supermercados e shoppings devem ser usados como pontos de vacinação

O Estado tem 340.833 casos confirmados e 22.141 óbitos.

(Reportagem de Rodrigo Viga Gaier)