Dólar engata 3ª alta seguida e bate máxima em quase 2 semanas puxado por exterior
Por José de Castro
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar emendou a terceira alta consecutiva e fechou no maior patamar em quase duas semanas frente ao real nesta terça-feira, alavancado pelo rali da moeda norte-americana no exterior, num dia mais negativo para ativos de risco em geral diante de preocupações com a Covid-19.
O dólar à vista subiu 0,79%, a 5,1639 reais na venda, maior patamar desde 9 de dezembro (5,1737 reais).
A série de três altas --na qual acumulou ganho de 1,69%-- não era vista desde as também três valorizações seguidas entre 10 e 12 de novembro.
No exterior, o índice do dólar saltava 0,6%, com a moeda em alta frente a 26 de seus 33 principais pares.
"Você só pode ler parte da reação do preço, mas uma coisa é óbvia: o dólar norte-americano ganhou um impulso", disse o DailyForex em nota. "Isso não tem nada a ver com o real, porque o dólar está ganhando contra quase tudo" completou a casa, citando que o movimento global é puxado pelo tombo da libra, em meio às incertezas sobre a variante do coronavírus.
"A libra esterlina sofria drásticas vendas, mas isso tem um certo 'efeito cascata' em vários pares", disseram.
A libra caía 0,9% nesta sessão, pior desempenho entre as moedas do G4, que inclui ainda dólar, euro e iene.
Pares emergentes do real, como peso mexicano (-1,1%), peso colombiano (-1%) e rand sul-africano (-0,5%), também recuavam.
Os mercados de câmbio no mundo tinham menor volume de negócios nesta terça, já em antecipação ao Natal, e isso se estendeu às operações domésticas. Pouco mais de 191 mil contratos haviam sido negociados no mercado de dólar futuro nesta sessão, 30% abaixo da média dos 30 pregões anteriores.
A queda no giro deixa os negócios mais vulneráveis a oscilações bruscas, aumentando chances de maior volatilidade.
A volatilidade implícita nas opções de dólar/real de três meses estava em 17,85%, a segunda maior entre as principais moedas emergentes e um pouco abaixo da medida para a lira turca (18,53%).
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