FAB entrega carga de 9.300 kg de oxigênio a Manaus, embarca mais 11.900 kg
Por Bruno Kelly
MANAUS (Reuters) - A Força Aérea Brasileira desembarcou nesta sexta-feira uma carga de 9.300 kg de oxigênio para ser usado em hospitais de Manaus, onde pacientes estão morrendo por asfixia por causa da falta do produto, e prepara um novo carregamento de 11.900 kg para a capital do Amazonas, disse a FAB por meio de sua assessoria de imprensa.
Manaus, uma das cidades brasileiras mais atingidas na primeira fase da pandemia de Covid-19 no ano passado, voltou a ser duramente atingida nas últimas semanas e a elevação da demanda por oxigênio causada pelo aumento de casos da doença fez com que o produto faltasse gerando uma situação dramática nos hospitais.
"O Comando da Aeronáutica está dedicando permanentemente o esforço do seu efetivo e de suas aeronaves, 24 horas por dia e 7 dias por semana, em atendimento às necessidades da sociedade brasileira no enfrentamento à pandemia da Covid-19", disse a FAB em nota.
Cargueiros C-130 Hércules estão sendo usados no transporte de oxigênio para Manaus e a Aeronáutica iniciou o transporte de pacientes de Manaus para outros Estados diante do colapso do sistema de saúde da capital do Amazonas.
No primeiro voo, de acordo com a FAB, nove pacientes e cinco médicos foram transportados para Teresina, capital do Piauí.
Diante do colapso no sistema de saúde manauara, além da falta de oxigênio nos hospitais, a cidade também vem registrando um aumento expressivo no número de pessoas morrendo em casa e de sepultamentos.
"FIZEMOS A NOSSA PARTE"
Em conversa com apoiadores ao deixar o Palácio do Planalto na manhã desta sexta-feira, o presidente Jair Bolsonaro classificou como "terrível" a situação vivida por Manaus, ao mesmo tempo que disse que o governo federal fez sua parte.
"Terrível o problema lá. Agora, nós fizemos a nossa parte", disse. "As Forças Armadas deslocaram para lá um hospital de campanha, o ministro da Saúde esteve lá na segunda-feira providenciou oxigênio", disse.
Bolsonaro também voltou a defender o que chama de "tratamento precoce", usando medicamentos que não têm eficácia cientificamente comprovada contra a Covid-19, como a hidroxicloroquina.
O presidente, que como tem feito nos últimos meses não usou máscara ao falar com apoiadores, promove constantemente aglomerações e critica medidas de distanciamento social preconizadas por autoridades de saúde de todo o mundo para frear a disseminação da Covid-19, doença que Bolsonaro frequentemente minimiza, chegando a referir-se a ela como "gripezinha".
(Reportagem de Bruno Kelly, em Manaus, Jake Spring, em Brasília, e Eduardo Simões, em São Paulo)
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