Economia da China ganha velocidade no 4º tri e termina 2020 em boa forte após choque da Covid-19
Por Gabriel Crossley e Kevin Yao
PEQUIM (Reuters) - A economia da China ganhou velocidade no quarto trimestre, com o crescimento superando as expectativas ao encerrar um ano de 2020 marcado pelo coronavírus em boa forma e pronta para expandir ainda mais este ano.
O Produto Interno Bruto cresceu 2,3% em 2020, mostraram dados oficiais nesta segunda-feira, tornando a China a única grande economia do mundo a evitar contração no ano passado uma vez que muitos países tiveram dificuldades para conter a pandemia de Covid-19.
E a expectativa é de que a China avance à frente de seus pares este ano, com o PIB expandindo no ritmo mais forte em uma década a 8,4%, de acordo com pesquisa da Reuters.
As fortes medidas de contenção do governo chinês permitiram ao país conter o surto de Covid-19 muito mais rápido do que a maioria dos países, enquanto os estímulos do governo e a aceleração da produção nas fábricas para fornecer produtos a muitos países ajudaram a aumentar a força.
O PIB expandiu 6,5% no quarto trimestre na comparação com o mesmo período do ano anterior, mostraram dados da Agência Nacional de Estatísticas, contra expectativa em pesquisa da Reuters de 6,1%, e após sólido crescimento de 4,9% no terceiro trimestre.
"O número do PIB acima do esperado indica que o crescimento entrou em zona de expansão, embora alguns setores permaneçam em recuperação", disse Xing Zhaopeng, economista do ANZ.
Diante das rigorosas medidas de contenção do vírus e de estímulo do governo, a economia se recuperou continuamente da queda de 6,8% nos três primeiros meses de 2020, quando o surto de Covid-19 na cidade de Wuhan se tornou uma epidemia.
Ainda assim, destacando o forte impacto da Covid-19 em todo o mundo, o crescimento do PIB da China em 2020 foi o mais fraco desde 1976, último ano da Revolução Cultural que durou uma década e afetou a economia.
Na comparação trimestral, o PIB aumentou 2,6% entre outubro e dezembro, contra expectativa de alta de 3,2% e ganho revisado para cima de 3,0% no trimestre anterior.
Destacando a fraqueza do consumo, as vendas no varejo caíram 3,9% no ano passado, na primeira contração desde 1968, segundo registros da agência de estatísticas. O crescimento das vendas no varejo em dezembro ficou abaixo das expectativas dos analistas e enfraqueceu a 4,6% de 5,0% em novembro.
Entretanto, o vasto setor industrial da China continuou a ganhar tração, com a produção aumentando a uma taxa de 7,3% no mês passado na comparação com o ano anterior, acima do esperado e no nível mais forte desde março de 2019.
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