Ministério da Saúde tira do ar aplicativo que receita medicamentos sem eficácia para tratar Covid-19
Por Lisandra Paraguassu
BRASÍLIA (Reuters) - O Ministério da Saúde retirou do ar nesta quinta-feira o aplicativo TrateCov, usado para recomendar o tratamento para pacientes da Covid-19 com medicamentos sem efeitos comprovados contra a doença.
O aplicativo, que recebeu críticas contundentes de especialistas e associações médicas, saiu do ar na manhã desta quinta-feira. Procurado, o Ministério da Saúde informou que o sistema, lançado no dia 14, seria um projeto-piloto e não estava funcionando oficialmente.
O ministério alegou ainda que "o sistema foi invadido e ativado indevidamente", e essa teria sido a razão de ser retirado do ar, mas acrescentou que a retirada é "momentânea".
O TrateCov foi lançado em Manaus pelo ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e, de acordo com o ministério, seria indicado para profissionais de saúde. Em nota publicada em sua página, o ministério diz que a plataforma é direcionada a profissionais de saúde para “aprimorar e agilizar os diagnósticos da Covid-19” e ajudar “o atendimento e resposta adequados para o paciente de acordo com cada caso”.
O aplicativo, no entanto, permitia que qualquer pessoa tivesse acesso e, com o preenchimento de alguns dados simples como nome, idade, peso e presença de comorbidades, recebesse a indicação dos medicamentos. Entre eles, cloroquina, hidroxicloroquina, ivermectina e outros quatro remédios que deveriam ser tomados todos juntos.
Simulações feitas pela Reuters mostraram que independentemente da idade, peso, presença ou não de comorbidades e sintomas leves ou não, o pacote de medicamentos indicado era sempre o mesmo e com as mesmas quantidades.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.