MPF investiga fraude em vacinação contra Covid em Manaus; imunização é suspensa
Por Ricardo Brito
BRASÍLIA (Reuters) - O Ministério Público Federal no Amazonas decidiu investigar uma possível fraude no processo de vacinação contra a Covid-19 em Manaus, depois de médicos que não seriam do grupo prioritário divulgarem que foram imunizados no primeiro dia de aplicação do imunizante na capital do Estado.
Suspeitas de fraude no procedimento de vacinação levaram a capital do Amazonas a suspender a vacinação. Manaus já sofre um colapso na sua rede de saúde pública diante da falta de leitos e falta de suprimento de oxigênio para dar conta dos pacientes, em meio a uma severa segunda onda da doença.
Em comunicado, o MPF no Estado determinou uma série de providências para investigar o caso. Dentre elas, recomendou ao prefeito de Manaus, David Almeida, que "não faça qualquer manifestação pública para coibir que servidores públicos se expressem seja de forma verbal ou por meio de fotos ou vídeos, sobre sua imunização".
O MPF também determinou que a prefeitura de Manaus informe, de forma imediata e urgente, os profissionais de saúde já vacinados, a escala de trabalho dos profissionais em janeiro e a lista de atendimentos realizados por eles.
Duas médicas foram notificadas a prestar depoimento como investigadas por supostamente terem sido vacinadas no primeiro dia em que as doses da CoronaVac foram aplicadas em Manaus, sem que fizessem parte dos grupos prioritários da imunização, informou o MPF.
A vacinação no Estado foi suspensa nesta quinta-feira como resultado da reunião de representantes da prefeitura de Manaus e do governo do Estado com órgãos de controle, de acordo com nota do Ministério Público do Estado do Amazonas, até que as autoridades apresentem lista definida de quem será vacinado com prioridade.
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