Lira afirma que crise do coronavírus não pode ser politizada e nem pode ser usada para impeachment
BRASÍLIA (Reuters) - O candidato do governo à presidência da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta quarta-feira que a crise trazida pela pandemia de Covid-19 não deve ser politizada e não pode servir de motivo para eventual impeachment do presidente Jair Bolsonaro.
O deputado admite, no entanto, que poderá ser instaurada uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre a gestão da saúde, desde que preencha as exigências mínimas para ser instalada.
"Nós não temos receita de bolo para esse vírus. Nós já dissemos 'fique em casa', nós já dissemos 'saia de casa', nós já dissemos 'vá (ao serviço médico) quando sentir falta de ar', nós já dissemos ' vá nos primeiros sintomas', nós já politizamos os remédios... Nós não podemos fazer isso", disse o candidato em entrevista promovida pela Frente Parlamentar Ética Contra a Corrupção (FECC).
"Eu acho que nesse assunto da pandemia, nós temos que ter muito cuidado, nós temos que ter muita serenidade. Esse assunto não pode ser motivo de embates políticos para nós trazermos para a discussão traumas de interrupções bruscas democráticas, isso nós não defendemos, nós não temos esse tipo de compromisso", disse.
Quanto à CPI, lembrou da necessidade de um fato determinado claro que motive a investigação parlamentar, além do mínimo de 171 assinaturas na Câmara.
"Qualquer CPI que seja preconizada pelos pré-requisitos básicos, fato determinado claro, tenha as assinaturas, lógico que ela vai para discussão", garantiu Lira, acrescentando que "precisa que essa situação não seja politizada".
O deputado aproveitou para defender que a situação atual seja enfrentada com "união" e lembrou que a crise do coronavírus é um problema mundial.
"Precisamos nos unir. O momento da pandemia é sério, não podemos politizar a vacina."
TRIPÉ
O deputado aproveitou a entrevista para reafirmar o que vem sendo uma bandeira de sua campanha, segundo a qual qualquer decisão sobre a pauta da Casa será tomada de forma coletiva, pelo colégio de líderes.
"O que estamos combatendo diuturnamente é o centralismo da pauta", disse, prometendo previsibilidade às votações da Casa.
"Vamos quebrar esse dogma, esse paradigma de que o presidente da Casa é quem pauta", afirmou, acrescentando que não tem "preconceito" com qualquer matéria.
Lira reafirmou, no entanto, a sua determinação de, caso eleito, trabalhar pela aprovação da reforma administrativa ainda no primeiro trimestre deste ano.
"Eu me comprometi, em todos os lugares, que a primeira pauta que nós vamos fazer é a pauta da reforma administrativa", declarou.
"O Brasil precisa sinalizar, o Brasil precisa dar sinais claros de respeito à contenção de despesas."
A proposta integra o tripé de medidas defendidas pelo deputado como essenciais para uma sinalização do Legislativo de controle dos gastos públicos.
Ao lado da reforma administrativa, estão a reforma tributária, considerada de discussão mais complexa por Lira, e a chamada PEC emergencial, Proposta de Emenda à Constituição (PEC) em tramitação no Senado que estabelece, entre outros pontos, gatilhos para o teto de gastos.
"Nós não podemos deixar de no primeiro dia após a eleição (da Mesa) de instalarmos a Comissão Mista de Orçamento, não podemos deixar de andar em conformidade com o Senado para que lá ele comece a analisar a PEC emergencial, tão importante para o espaço orçamentário ficar adequado para que programas sociais e de infraestrutura possam ter espaço."
(Reportagem de Maria Carolina Marcello; Edição de Alexandre Caverni)
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