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90% dos fiscais da Receita aderem a 1º dia de paralisação em protesto à PEC Emergencial, diz sindicato

O protesto continuará na quarta-feira, quando a Câmara dos Deputados deve votar, em dois turnos, a PEC Emergencial - Sergio Lima/Folhapress
O protesto continuará na quarta-feira, quando a Câmara dos Deputados deve votar, em dois turnos, a PEC Emergencial Imagem: Sergio Lima/Folhapress

Gabriel Ponte

09/03/2021 19h53

Os auditores fiscais da Receita Federal realizaram nesta terça-feira uma paralisação em protesto a um dispositivo da PEC Emergencial que desvincula recursos para o órgão, tendo alcançado adesão de 90% dos fiscais, de acordo com o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindifisco Nacional).

O protesto continuará na quarta-feira, quando a Câmara dos Deputados deve votar, em dois turnos, a PEC Emergencial. A paralisação decorre de proposta da PEC que altera trecho da Constituição que possibilita ao Fisco e às administrações tributárias estaduais e municipais terem despesas custeadas por fundos alimentados por multas arrecadadas por esses órgãos.

À Reuters, o presidente do Sindifisco, Kleber Cabral, afirmou que a paralisação nas unidades aduaneiras não está afetando o controle de cargas perecíveis, animais, medicamentos, insumos e equipamentos relacionados ao combate à Covid-19. Ainda de acordo com ele, não está havendo tampouco prejuízo a passageiros em viagem internacional, bem como ao atendimento geral à população.

Em nota, o Sindifisco mencionou que o "jabuti que desvincula recursos para a administração tributária foi um ato de agressão contra o Estado brasileiro e não ficará sem resposta".

O sindicato ainda informou que, caso não haja reversão da proposta, a medida irá reduzir à metade a estrutura física da Receita, levando ao fechamento de delegacias e agências em todo o país e à precarização do atendimento e da fiscalização.