Ministério da Saúde pede ajuda a embaixada para comprar vacina da chinesa Sinopharm
Por Lisandra Paraguassu
BRASÍLIA (Reuters) - O governo brasileiro tenta negociar junto à China a compra de 30 milhões de doses de mais uma vacina desenvolvida pelo país asiático contra a Covid-19, desta vez do laboratório Sinopharm, para tentar evitar uma suspensão do programa de vacinação no Brasil por falta de doses.
Em uma carta enviada ao embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco, pede ajuda para que seja averiguada a possibilidade da compra de 30 milhões de doses para serem entregues ao Brasil ainda no primeiro semestre.
No texto, ao qual a Reuters teve acesso, Franco admite que a vacinação no país pode ser interrompida por falta de doses disponíveis de vacinas. Até o momento, o Brasil vacinou apenas cerca de 4% da população, mediante a escassez de doses.
"A campanha nacional de imunização, contudo, corre risco de ser interrompida por falta de doses, dada a escassez da oferta internacional. Por conta disso, o Ministério da Saúde vem buscando estabelecer contato com novos fornecedores, em especial a Sinopharm, cuja vacina é de comprovada eficácia contra a Covid-19", diz a carta.
A vacina da Sinopharm foi aprovada pelas autoridades sanitárias chinesas em fevereiro deste ano para uso na população. Se o acordo for fechado, seria a segunda vacina chinesa em aplicação no Brasil, ao lado da CoronaVac, da Sinovac, apesar de o presidente Jair Bolsonaro ter feito várias críticas aos imunizantes chineses ao longo do ano passado.
Até agora, o governo brasileiro tem distribuído as vacinas da AstraZeneca, que está sendo envasada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e a CoronaVac, que é envasada no Brasil pelo Instituto Butantan.
O governo federal também fechou acordo com a Bharat Biotech, mas a vacina do laboratório indiano ainda não recebeu aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Além disso, estão sendo negociados acordos com Pfizer, Janssen e Moderna. Dessa, apenas a Pfizer já tem registro no Brasil, e nenhum dos laboratórios garante uma quantidade expressiva de vacinas ao Brasil no primeiro semestre deste ano.
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