Frente de prefeitos sugere restrição de circulação e critica falas de Bolsonaro
Por Ricardo Brito
BRASÍLIA (Reuters) - A Frente Nacional de Prefeitos (FNP) sugeriu aos gestores municipais que adotem medidas importantes de restrição de circulação de pessoas, citando inclusive a decretação de lockdowns, e criticou o que chamou de "ineficaz coordenação" do presidente Jair Bolsonaro no enfrentamento à pandemia após críticas a prefeitos e governadores feita em sua live semanal.
Em comunicado nesta sexta-feira, a entidade cita que "o cenário toma contornos cada vez mais catastróficos com as novas variantes do coronavírus, potencialmente mais contagiosas, de evolução mais agressiva e que circulam sem controle" por diversas regiões do país.
"E com as declarações do presidente da República que, mais uma vez em sua transmissão de vídeo semanal, criticou as medidas de segurança sanitária adotadas por prefeitos e governadores. Suas falas evidenciam a ineficaz coordenação nacional no enfrentamento à pandemia e ratificam a desconexão com a realidade, falta de compromisso com a Constituição Federal e com a vida. Situações que colocam o Brasil como foco de atenção e apreensão internacional", afirmou.
"Atenta a isso, a Frente Nacional de Prefeitos (FNP) recomenda aos governantes locais que adotem medidas importantes de restrição da circulação e de isolamento social, de uso obrigatório de máscara e que avaliem a decretação de lockdown", destacou.
A entidade reafirmou, no comunicado, que é preciso "respeitar a heterogeneidade, tanto dos municípios brasileiros quanto do avanço da pandemia em cada território, mas reforça que o momento exige posições firmes para proteger a vida".
Bolsonaro tem feito duras críticas a prefeitos e governadores que têm adotado medidas de restrição de circulação de pessoas e de fechamento de atividades com o objetivo de conter o pior momento da pandemia no país.
O presidente já insinuou até que essas medidas --defendidas por especialistas como eficazes para reduzir a transmissão do vírus-- têm sido usadas para enfraquecer a economia e prejudicar o seu governo.
A FNP criticou ainda a demora na vacinação do país.
"Embora sejam notáveis os esforços de prefeitas e prefeitos pela imunização em massa, o que há no Brasil, junto com os números assombrosos, infelizmente, é a escassez de vacina, cuja responsabilidade de aquisição é do governo federal", destacou.
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