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Governo do RJ anuncia medidas mais duras por 1 semana para conter pandemia

12/03/2021 15h08

Por Rodrigo Viga Gaier

RIO DE JANEIRO (Reuters) - O Estado do Rio de Janeiro vai adotar medidas restritivas mais rígidas por uma semana para evitar o avanço da pandemia, disse nessa sexta-feira o governador em exercício, Cláudio Castro (PSC).

Um decreto com as restrições será publicado em edição extra do Diário Oficial do Estado nesta sexta e terá validade até a próxima quinta-feira.

A minuta do decreto prevê “toque de recolher” no Estado com a proibição da permanência nas ruas entre 23h e 5h.

As medidas preveem ainda a redução no horário de funcionamento de bares, restaurantes e lanchonetes e a proibição de eventos, espetáculos e boates.

O decreto foi desenhado após uma reunião do governador com prefeitos de cidades da região metropolitana e o setor produtivo.

Ficou decido que haverá um escalonamento no horário de funcionamento do setor produtivo para evitar aglomerações nos transportes.

Nos últimos 10 dias, houve um aumento de 30% de pessoas com sintomas de síndrome gripal e respiratóriana na rede básica de saúde, acendendo o alerta das autoridades. A taxa de ocupação de leitos de UTI está subindo e nesta estava em cerca de 75%.

“Hoje editaremos um decreto estadual que respeita emprego, não causa prejuízo enorme à cadeia produtiva, mas que é uma situação preventiva para não chegarmos ao que acontece em São Paulo e no Rio Grande do Sul, que estão numa situação bem pior. É um decreto preventivo“, disse Castro a jornalistas.

A decisão foi anunciada um dia depois de o governador paulista, João Doria (PSDB), criticar o Estado por não adotar medidas de restrição. Castro em uma rede social disse que Doria deveria tomar chá de camomila e alertou que do Rio cuida ele, Cláudio Castro.

Nesta sexta, Castro deu novas alfinetadas em Doria, ao dizer que o governador de São Paulo não escuta ninguém e que no Rio de Janeiro as decisões são técnicas e não “buscam palanque“. Enquanto Doria é desafeto e possível adversário do presidente Jair Bolsonaro nas eleições do ano que vem, Castro tem procurado se aproximar do chefe do Executivo Federal.

Castro anunciou ainda que o Estado pretende comprar vacinas para a população, mas só gastará recursos se for necessário. “Nem que a gente compre e entregue ao PNI (Programa Nacional de Imunização).“

O Estado tem mais de 34 mil mortos e mais de 600 mil pessoas infectadas ao longo da pandemia.