XP/Ipespe aponta aumento de reprovação à atuação de Bolsonaro frente à Covid-19 e de percepção do risco da doença
Por Maria Carolina Marcello
BRASÍLIA (Reuters) - A avaliação negativa da atuação do presidente Jair Bolsonaro no combate ao coronavírus, assim como a percepção sobre o risco da doença cresceram em março, apontou pesquisa XP/Ipespe, que também demonstrou aumento da parcela que desaprova a direção da economia e ainda uma confirmação da tendência de queda da popularidade do governo em geral.
Segundo o levantamento, a avaliação do governo como "ruim ou péssima" oscilou de 42%, em fevereiro, para 45% em março. Os que avaliam a administração como "ótima" ou "boa" passou de 31% para 30%. A trajetória de alta na avaliação negativa vem se desenhando desde outubro de 2020, quando estava em 31%.
A sondagem tem margem de erro de 3,5 pontos percentuais.
Quando o assunto é a atuação do presidente no enfrentamento ao coronavírus, 61% a avaliam como "ruim" ou "péssima". Em fevereiro eram 53%. Para 18% ela é "ótima" ou "boa", mesmo patamar registrado para os que a avaliam como "regular". Em março, esses dois grupos contabilizavam 22%.
Em relaão à percepção sobre o risco do novo vírus, cresceu o número dos que responderam estar com "muito medo" de 39%, no mês passado, para 49% em março. Outros 30% disseram estar "com um pouco de medo", frente a 36% em fevereiro, e 18% disseram não estar com medo --em fevereiro eram 24%.
Já sob o aspecto econômico, 63% dos entrevistados responderam que a economia do país está "no caminho errado" neste momento. Em fevereiro, eram 57%. Os que consideram que ela está no "caminho certo" somam 27%, ante 30% em março.
ELEIÇÕES
A pesquisa foi realizada por meio de entrevistas telefônicas com 800 pessoas entre os dias 9 e 11 deste mês, portanto após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que anulou as condenações ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e devolveu sua elegibilidade.
Neste novo contexto, em um cenário estimulado, em que é apresentada uma lista aos entrevistados, Bolsonaro tem 27% das intenções de voto, enquanto Lula (PT) alcança 25%, seguidos do ex-ministro Sergio Moro, com 10%, Ciro Gomes (PDT), com 9%, e Luciano Huck, com 6%.
Um eventual segundo turno entre Lula e Bolsonaro registraria o presidente com 41%, e o petista com 40%, segundo o levantamento.
Nas demais simulações de segundo turno, Bolsonaro mantém a liderança à frente de Fernando Haddad, Huck, e Ciro, além de Guilherme Boulos (PSOL) e do governador de São Paulo João Doria (PSDB). Quando o adversário é Moro, Bolsonaro fica numericamente em desvantagem.
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