Bosch e Basf obtém aprovação no Brasil para JV de soluções agrícolas digitais
SÃO PAULO (Reuters) - As alemãs Bosch e Basf receberam sinal verde de autoridades concorrenciais no Brasil para criação de uma joint venture de comercialização e distribuição de tecnologias digitais voltadas ao setor de agricultura.
A operação, que prevê participações iguais das empresas e controle conjunto, foi aprovada sem restrições pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), segundo publicação no Diário Oficial da União desta terça-feira.
A Bosch e a Basf Digital Farming anunciaram em novembro passado a assinatura de acordo para criação da joint venture, prevendo na ocasião que a nova empresa seria lançada primeiramente no Brasil, seguido por Europa e América do Norte.
As empresas disseram que a operação também está sendo comunicada a autoridades na China, Alemanha, Paquistão, Polônia, Coreia do Sul e Taiwan, segundo o Cade.
Em parecer sobre o negócio, o órgão estatal disse que as companhias informaram que "pretendem vender soluções inteligentes para a agricultura a partir de uma única fonte, combinando a expertise das duas empresas".
Dentre os produtos que serão vendidos e distribuídos pela associação entre as companhias estão sistemas de pulverização inteligente, com integração entre tecnologia e software de sensor de câmera da Bosch com algoritmos de tomada de decisões agronômicas da Basf; e solução de plantio inteligente envolvendo ferramentas digitais para semeadura e prescrição de herbicidas.
O compromisso de investimento de cada empresa na joint venture não foi revelado pelo Cade.
O órgão estatal não viu riscos à concorrência pela associação das companhias alemãs mirando soluções de agricultura digital.
"A presença de ambas as empresas nesses segmentos ainda é recente e limitada, o que inviabilizaria qualquer possibilidade de fechamento de mercado. O segmento de agricultura digital ainda é embrionário, com um grande número de startups e empresas já atuantes nos segmentos de insumos agrícolas desenvolvendo estratégias e tecnologias para explorar melhor o agronegócio", apontou, em parecer.
(Por Luciano Costa)
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