Rio fecha comércio, restaurantes e escolas para reduzir Covid
Por Rodrigo Viga Gaier
RIO DE JANEIRO (Reuters) - O Rio de Janeiro e a cidade vizinha de Niterói anunciaram nesta segunda-feira medidas mais rígidas de restrição que preveem o fechamento do comércio, estabelecimentos de ensino e serviços não essenciais, além de toque de recolher de 23h às 5h, para conter a disparada recente da Covid-19.
Com as novas medidas, que entram em vigor na sexta-feira e terão duração de 10 dias, bares e restaurantes não poderão fazer atendimento presencial. Continuarão funcionando normalmente estabelecimentos como mercados, padarias, farmácias, bancos, serviços de saúde, veterinárias e lojas de material de construção.
"Ninguém aqui é alarmista ou deixa de se preocupar com economia e emprego, mas tomamos essa decisão por necessidade e ouvimos muito a ciência. São medias duras, mas duras para preservar vidas", disse o prefeito do Rio, Eduardo Paes, que reclamou da falta de coordenação do governo de Estado.
Os jogos de futebol nas duas cidades ficam proibidos durante a vigência do decreto, mas as praias serão parcialmente abertas para atividades esportivas individuais, depois de ficarem totalmente fechadas no fim de semana na capital fluminense.
No caso das praias, o Rio seguiu os passos de Niterói e decidiu permitir atividades individuais na areia e no mar, mas o banho de sol e a permanência na areia seguirão proibidos.
A prefeitura do Rio já havia anunciado na semana passada um toque de recolher de 23h às 5h, que agora foi renovado, para evitar aglomerações, no momento em que o sistema de saúde da cidade se aproxima da capacidade máxima de atendimento ante uma disparada recentes de casos.
Separadamente, o governo do Estado do Rio de Janeiro deve enviar uma mensagem à Assembleia Legislativa e publicar um decreto que antecipa feriados e pontos facultativos para agrupá-los em um período de 10 dias.
A proposta estadual, no entanto, não prevê o fechamento de estabelecimentos não essenciais, ao contrário do decidido pelas prefeituras da capital fluminense e de Niterói.
O prefeito Paes e o governador Cláudio Castro têm divergências sobre a intensidade das medidas. O governador chegou a dizer que as regras do Estado poderiam se sobrepor às da cidade, que são mais rigorosas.
O decreto do Estado prevê, por exemplo, que os bares e restaurantes fiquem abertos até as 23h. Castro chegou a cogitar até ir à Justiça para garantir a prevalência do decreto estadual, mas Paes disse duvidar.
"As medias estão dentro da lei e tenho certeza que não vai haver contestação judicial, e na cidade do Rio vão valer as regras da cidade do Rio e ditadas pela prefeitura", disse o prefeito.
Em todo o Estado do Rio, são mais de 35 mil mortos e mais de 621 mil infectados na pandemia.
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