Ibovespa fecha em queda com temor sobre Covid-19 na Europa e tombo do petróleo
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em queda pelo segundo pregão consecutivo nesta terça-feira, pressionado por receios sobre o avanço da Covid-19 na Europa e potenciais reflexos na recuperação da atividade econômica mundial, com o preço do petróleo despencando cerca de 6%.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 1,49%, a 113.261,80 pontos, com Vale e Petrobras entre os maiores pesos negativos, enquanto IRB Brasil RE avançou após divulgação de lucro em janeiro. O volume financeiro da sessão somou 26,77 bilhões de reais.
Após a Alemanha estender lockdown até meados de abril, a França pode ser a próxima a anunciar mais medidas, enquanto outros países na Europa também se movimentam para tentar frear o ritmo de contaminação por Covid-19.
Nos Estados Unidos, nem o declínio nos rendimentos dos Treasuries evitou um fechamento negativo em Wall Street, com o petróleo voltando a despencar diante de perspectivas pouco animadoras para a recuperação da demanda.
O chair do Federal Reserve e a secretária do Tesouro norte-americano falaram na parte da tarde no Congresso dos EUA.
Enquanto Jerome Powell disse que uma esperada rodada de aumentos de preços pós-pandemia não vai sair do controle e alimentar uma explosão destrutiva ou persistente da inflação, Janet Yellen afirmou que não há planos de alongar Treasuries.
Comentários de Yellen, que defendeu planos em desenvolvimento para futuros aumentos de impostos a fim de custear novos investimentos públicos, também deixaram investidores desconfortáveis.
No Brasil, a terça-feira também mostrou recorde de mortes por causa de Covid-19 em 24h no Estado de São Paulo - foram 1.021 óbitos, o maior número para um único dia desde o início da pandemia.
A diretora regional da Organização Mundial da Saúde para as Américas, Carissa Etienne, afirmou que o coronavírus continua a se espalhar "perigosamente" em todo o Brasil.
Dados sobre a participação de estrangeiros no segmento Bovespa mostram saída líquida de 1,8 bilhão de reais em março até o dia 19.
DESTAQUES
- PETROBRAS PN recuou 3,06%, na esteira do tombo dos preços do petróleo, com o Brent fechando em queda de quase 6%. PETROBRAS ON caiu 2,3%.
- VALE ON fechou em queda de 2,31%, mesmo com a elevação dos futuros do minério de ferro na China nesta terça-feira, uma vez que permanecem preocupações sobre restrições à produção de aço naquele país, particularmente no polo siderúrgico de Tangshan.
- GERDAU PN caiu 4,36%, tendo ainda no radar que medidas de restrição no Brasil, aliadas à manutenção da produção por siderúrgicas e às importações devem por fim ao desequilíbrio entre oferta e demanda de aço no país. USIMINAS PNA perdeu 3,37% e CSN ON cedeu 4,29%.
- ITAÚ UNIBANCO PN cedeu 2,54%, contaminado pela piora generalizada na bolsa paulista, enquanto BRADESCO PN encerrou em baixa de 1,09%.
- IRB BRASIL RE ON subiu 5,91%, após reportar lucro líquido de 17,9 milhões de reais em janeiro, revertendo prejuízo de 132 milhões de reais um ano antes. O faturamento de competência (prêmio ganho) subiu para 410,9 milhões de reais e o índice de sinistralidade ficou em 70,6% no período.
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