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Ipea reduz projeção para crescimento do PIB e vê mais inflação em 2021

Projeção do instituto para inflação é de 4,6% este ano - DadoPhotos/Getty Images/iStockphoto
Projeção do instituto para inflação é de 4,6% este ano Imagem: DadoPhotos/Getty Images/iStockphoto

Rodrigo Viga Gaier

30/03/2021 14h26

O Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) reduziu nesta terça-feira a projeção de crescimento da economia brasileira neste ano ao mesmo tempo em que elevou a estimativa de inflação por conta do agravamento da pandemia de Covid-19 e por dificuldades fiscais e no mercado de trabalho.

A nova projeção prevê um crescimento de 3% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2021 ante estimativa de 4% feita no fim do ano passado. Para 2022, o Ipea projeta uma taxa de expansão de 2,8%.

Já a projeção para a inflação oficial do instituto passou a 4,6% este ano, contra alta do IPCA de 3,70% calculada em fevereiro. A meta de inflação para o IPCA em 2021 é de 3,75%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

"Duas questões críticas se sobressaem no quadro atual da economia brasileira: um mercado de trabalho em que a ocupação ainda se encontra distante dos níveis pré-pandemia e um desequilíbrio fiscal que se aprofundou no ano passado, cuja reversão em direção à trajetória pré-pandemia enfrenta desafios de curto e longo prazos", explicou o Ipea.

"A combinação de uma situação fiscal frágil com a necessidade de começar o processo de normalização da política monetária diante da elevação recente da inflação significa que o escopo para a política econômica se contrapor aos efeitos do recente agravamento da pandemia é menor do que em 2020", completou.

Por um lado, a possível melhora mais forte da economia global pode impulsionar as vendas externas brasileiras e ajudar no ritmo de crescimento do PIB. Mas por outro lado a alta das commodities pode pressionar a inflação este ano, assim como a escassez de insumos para alguns setores.

O Ipea prevê dificuldades para a atividade econômica no primeiro semestre e uma possível reação na segunda metade do ano. Nem mesmo a retomada do pagamento de auxílio emergencial, será suficiente para dar fôlego à atividade no curto prazo, em meio a incertezas quanto à capacidade de ajustes nas contas públicas.

"As previsões para 2021 partem de um cenário de curto prazo em que a economia tende a perder ritmo em virtude do recrudescimento da crise sanitária da Covid-19 e do consequente endurecimento das medidas de isolamento social por parte dos governos estaduais e municipais", avaliou o Ipea.

Na pesquisa Focus mais recente realizada pelo Banco Central junto a uma centena de economistas, a expectativa é de um crescimento do PIB em 2021 de 3,18%, com a inflação a 4,81%.