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OMC aumenta projeção de crescimento do comércio para 2021, mas riscos por Covid-19 persistem

31/03/2021 14h03

GENEBRA (Reuters) - A Organização Mundial do Comércio (OMC) elevou ligeiramente sua projeção de crescimento para o comércio global de bens neste ano, mas afirmou que as perspectivas eram ofuscadas pelos riscos relacionados à distribuição de vacinas contra o coronavírus e pelo possível surgimento de cepas resistentes aos imunizantes.

A diretora-geral da OMC, Ngozi Okonjo-Iweala, disse em uma entrevista coletiva nesta quarta-feira que as vacinas deram ao mundo uma chance de frear a doença e impulsionar a economia.

"Mas essa oportunidade pode ser desperdiçada se um grande número de países e pessoas não tiverem acesso igualitário às vacinas", disse ela em entrevista coletiva.

A OMC prevê que o comércio de mercadorias crescerá 8,0% neste ano, após uma queda de 5,3% em 2020. As novas estimativas comparam-se às últimas projeções, de outubro, que apontavam para crescimento de 7,2% e queda de 9,2%, respectivamente. Para 2022, a organização projeta crescimento de 4,0%.

A OMC disse que os riscos de curto prazo estão "solidamente no lado negativo" e concentram-se em fatores relacionados à pandemia.

O órgão comercial, com sede em Genebra, disse que a distribuição acelerada de vacinas e a flexibilização mais rápida de lockdowns impostos poderiam adicionar 2,5 pontos percentuais ao comércio, que então retornaria à sua tendência pré-pandêmica no quarto trimestre.

No entanto, distribuições insatisfatórias de vacinas e novas variantes podem reduzir o crescimento do comércio em quase 2 pontos percentuais.

Okonjo-Iweala planeja se reunir com fabricantes de imunizantes e grupos civis em meados de abril para entender como a produção de vacinas pode ser expandida, particularmente em mercados emergentes, e como o investimento pode propagar-se de forma mais ampla no futuro.

“Acho que na próxima pandemia não devemos passar por isso novamente. Não podemos mais esperar que os países pobres fiquem na fila esperando para receber as vacinas”, disse ela.

(Por Philip Blenkinsop)