Bolsonaro fala em "meio-termo" no fechamento de negócios para evitar perda de empregos
Por Pedro Fonseca
(Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro defendeu nesta quinta-feira que se chegue a um "meio-termo" nos decretos de restrição de circulação de pessoas e fechamento de negócios impostos por governadores e prefeitos para conter a circulação do coronavírus, de forma a evitar que mais empregos sejam perdidos no país.
Em sua transmissão semanal ao vivo pelas redes sociais, o presidente baixou o tom em relação aos seguidos ataques que vinha fazendo desde o início da pandemia às medidas de restrição, reconhecendo que o país atravessa uma situação "bastante complicada".
“Eu gostaria que aqueles que acham que podem fechar sem se preocupar com o desemprego visitem as comunidades, entrem na casa delas, vejam o que tem dentro da geladeira, como sobrevivem, para ver se a gente vai para o meio-termo, pelo menos, no tocante a evitar que empregos sejam destruídos cada vez mais em nosso Brasil”, disse Bolsonaro.
O presidente tem travado uma disputa com governadores e prefeitos desde o ano passado devido às medidas de restrição adotadas pelos Estados e municípios, como fechamento do comércio e de bares e restaurantes, para conter o avanço da pandemia mediante a superlotação de hospitais devido à Covid-19.
No mês passado, Bolsonaro chegou a lançar uma ofensiva no Supremo Tribunal Federal (STF) contra medidas estaduais e ameaçou inclusive tomar "medidas duras" se a ação não prosperasse. A ação do presidente acabou por fracassar no STF.
Segundo o presidente, os efeitos colaterais do combate à pandemia não podem ser piores do que o próprio vírus, que ele já descreveu como uma gripezinha. O Brasil, no entanto, é o segundo país do mundo com mais mortes causadas pela doença, com mais de 345 mil, e bateu nesta quinta-feira um novo recorde de óbitos por Covid-19 em 24 horas, com 4.249.
Bolsonaro, que também recuou em relação a sua objeção inicial às vacinas, agradeceu o empenho de todos que tem trabalhado na campanha de imunização brasileira e disse ser contra a paralisação da imunização em feriados e finais de semana, conforme relatada em algumas cidades, "quando se está em crise e situação bastante complicada como essa da Covid".
O presidente ainda defendeu uma participação maior das Forças Armadas na campanha de imunização, dizendo que será estudado junto ao Ministério da Saúde o envio de doses diretamente a unidades militares para aplicação.
"Em chegando (vacinas) para as Forcas Armadas, nós cumpriremos essa missão. Nós vamos estudar na semana que vem junto ao ministro da Saúde para ver se parte das vacinas começa a ser distribuída para unidades militares, porque aí nós daremos a devida velocidade a esse processo de vacinação", afirmou.
Até o momento, segundo dados do Ministério da Saúde, o Brasil distribuiu 45,2 milhões de doses de imunizantes da Covid-19 aos Estados, das quais 24,8 milhões foram aplicadas. Governadores afirmam que vacinas estão sendo guardadas para aplicar a segunda dose, uma vez que não há garantia por parte do governo federal de envio de mais imunizantes.
O Brasil vacinou por enquanto 19,2 milhões de pessoas com a primeira dose (9,1% da população) e 5,5 milhões com a segunda (2,6% da população).
(Reportagem de Pedro Fonseca no Rio de Janeiro; Reportagem adicional de Ricardo Brito, em Brasília)
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